sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

SEAN CONNERY

Nome Completo: Thomas Sean Connery
Natural de: Edimburgo, Escócia
Nascimento: 25 de Agosto de 1930-

Ganhou em 1987 o Oscar de melhor ator coadjuvante, por sua atuação em "Os intocáveis".Na minha opinião,o melhor 007 até hoje....

Curiosidade:
Antes de se tornar um ator,Sean Connery teve diferentes empregos:entregador de leite,motorista de caminhão,trabalhador braçal,modelo vivo na Edinburgh College of Art,polidor e construtor.Tentou ingressar na Marinha,mas foi dispensado por problemas de saúde.Aos 23 anos,o destino lhe coloca a escolha..ser jogador de futebol ou ator...
GARY COOPER

Gary Cooper (1901-1961) foi uma das grandes Estrelas* de Hollywood, com uma carreira que durou cerca de 40 anos, vencedor por duas vezes do Oscar* de melhor ator e cinco nomeações, com mais de 100 filmes realizados.Todos o conheciam por “Coop”, e o seu primeiro grande sucesso é "Agora ou Nunca"/ “The Virginian” em 1929. Outros filmes memoráveis :Marrocos/ 1930Adeus às Armas /1932Lanceiros da ìndia /1935Amor sem fim/ 1935desejo/ 1936Adorável Vagabundo /1941Sargento York/1941Por quem ossinosdobram/1943Vontade Indômita/ 1949entre outros....Gary Cooper* foi o ator escolhido para interpretar Rhett Butler em "E o Vento Levou”. Cooper rejeitou o convite, dizendo: "Vai ser o maior desastre comercial a que Hollywood já assistiu".Enganou-se.E esperaria até 1952, ano de “High Noon”, para ver consagrada a sua carreira.- Recebeu 5 indicações ao Oscar de Melhor Ator, por "O Galante Mr. Deeds" (1936), "Sargento York" (1941), "Ídola, Amante e Herói" (1942), "Por Quem os Sinos Dobram" (1943) e "Matar ou Morrer" (1952). Venceu em 1941 e 1952.- Ganhou um Oscar honorário em 1961, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em homenagem à sua carreira.- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator - Drama, por "Matar ou Morrer" (1952).

GALÃS DO CINEMA

Nem só de Divas e Deusas vive o cinema.Há que ter seu contraponto masculino,seu par romântico....No auge da época de ouro de Hollywood,muitod galãs se destacaram...

HUMPHREY BOGART

Humphrey DeForest Bogart (Nova Iorque, 25 de Dezembro de 1899 – Hollywood, 14 de Janeiro de 1957) foi um ator de cinema e teatro dos Estados Unidos, eleito pelo American Film Institute como a maior estrela masculina do cinema norte-americano de todos os tempos.Conhecido pelo público como Bogie ou Bogey, é considerado um dos grandes mitos do cinema e ganhou o Oscar de melhor ator de 1951 por seu papel em Uma Aventura na África. Morreu em 1957 vítima de câncer.Dentre seus filmes de maior sucesso estão Relíquia Macabra, O Tesouro de Sierra Madre e Casablanca .Humphrey Bogart começou sua carreira nos palcos do Brooklyn em 1921, sem nunca cursar aulas de teatro. Entre 1922 e 1925, ele apareceu em 21 produções da Broadway.Em 1934, Bogart atuou na peça "Invitation to a Murder". O produtor Arthur Hopkins o viu na peça e o escolheu para fazer parte do elenco de The Petrified Forest. A peça teve 197 apresentações em Nova York, Bogart representou o papel de Duke Mantee. Para esse personagem, um sinistro e perigoso fugitivo da cadeia, Bogart ousou na interpretação, fazendo com que o personagem andasse lentamente e encurvado, pois, segundo ele, era como ficaria se ficasse longos anos presos à correntes e bolas de aço que se usava nos presídios da época.

Quando a Warner Bros comprou os direitos da peça para filmá-la, assinou contrato com o protagonista Leslie Howard. A Warner iniciou então testes para o papel de Duke Mantee, Howard insistiu na contratação de Bogart. Sendo assim, em 1936 o filme A Floresta Petrificada foi lançado, contando ainda com a participação de Bette Davis.Bogart recebeu excelentes elogios.Em 1938, Bogart apareceu em um musical chamado Swing Your Lady no papel de um promoter. No ano posterior apareceu no filme The Return of Doctor X. Ambos filmes sem muita projeção. Entre 1936 e 1940, a Warner não lhe deu bons papéis, mas ele mesmo assim não recusava os papéis que lhe eram dados para não ser dispensado. Ele fez filmes como Racket Busters, San Quentin e You Can't Get Away With Murder. Seu melhor papel da época foi em Dead End de 1937. Ele também trabalhou em vários filmes como ator coadjuvante, entre eles o sucesso Anjos de Cara Suja / Anjos de Cara Negra. Uma característica de seus papéis dessa época, e a de que ele "morria" em quase todos os filmes. Em 1941, Bogart atuou como protagonista em Seu Último Refúgio, um roteiro que teve a participação de John Huston, seu parceiro de farra. No mesmo ano, ele também atuou no clássico film noir Relíquia Macabra, com John Huston assumindo a direção. Neste filme, ele fez o papel de Sam Spade, um investigador particular. O filme foi considerado pelo crítico de cinema Roger Joseph Ebert e pela revista Entertainment Weekly como um dos melhores filmes de todos os tempos e recebeu três indicações ao Oscar.Depois de tantos filmes de gangsters, policiais, bandidos e mocinhos, Bogart pela primeira vez faz um filme romântico/dramático, Casablanca. Lançado em 1942, o filme é um dos maiores clássicos do cinema mundial. Ele interpreta Rick Blaine, o dono de um clube na cidade de Casablanca no Marrocos. Durante as filmagens, ele e Ingrid Bergman, a protagonista feminina, quase não se falaram. Ela diria tempos depois: "Eu o beijei mas nunca o conheci".

Bogart foi indicado ao Oscar de melhor ator mas não venceu, mas Casablanca venceu na categoria melhor filme do ano .De 1943 até 1955, Bogart fez vários filmes interpetando diferentes personagens. Em 1949, ele fundou sua própria produtora, a Santana Productions.No ano de 1951, Bogart fez o filme Uma Aventura na África contracenando com Katharine Hepburn num duelo memorável de interpretações e dirigido por John Huston. Este foi seu primeiro filme colorido e seu trabalho como o barqueiro Charlie Alnutt fez com que conquistasse finalmente o Oscar de melhor ator.Em 1954, filmou A Nave da Revolta , baseado no livro homônimo de Herman Wouk, que ganhou o Prêmio Pulitzer em 1951, no papel do esquizofrênico Capitão Queeg. No mesmo ano ainda participou de Sabrina com Audrey Hepburn e William Holden e de A Condessa Descalça , com Ava Gardner.Seu último trabalho foi em A Trágica Farsa de 1956 no papel de Eddie Willis, um jornalista esportivo que vira promotor de boxe.MorteBogart bebia e fumava muito e teve câncer no esôfago. Em 1956, fez uma cirurgia para retirar o esôfago e dois linfomas, mas era tarde demais. Ele morreu em coma no dia 14 de janeiro de 1957.

O CINEMA E AS MANIFESTAÇÕES POPULARES

Em época de Carnaval,vamos falar um pouco sobre Cinema como fonte de divulgação de manifestações da cultura popular de determinado país ou região.Muitos filmes valem-se destas manifestações regionais para ilustrar uma história,situar e inserir o espectador em determinado contexto,ou tal acontecimento ser palco de uma ação determinante do enredo.Por exemplo,filmes passados no Oriente Médio ,ou retratando uma família de imigrantes daquele país,podem apresentar danças,festejos e costumes locais como parte da narrativa.Em “Lavoura Arcaica”,apresentam-se tais danças típicas de uma família libanesa que vive no interior de São Paulo;filmes passados no Nordeste retratam hábitos locais....

As manifestações religiosas,de fé de um povo,são constantemente utilizadas,o que não quer dizer que se trata de filmes de caráter doutrinário:servem apenas como referência de hábitos e costumes locais.Através dos filmes,podemos ficar conhecendo rituais judaicos,muçulmanos,o costume das carpideiras em enterros católicos do Nordeste brasileiro,etc. Tais manifestações religiosas rendem cenas emocionantes,mas são as festas populares que se apresentam plasticamente belas em uma película.Voltemos ao Carnaval....Citemos como exemplo “Orfeu”,filme de Cacá Diegues,baseado na peça “Orfeu da Conceição”,de Vinícius de Moraes,que por sua vez,inspirou-se na mitologia grega,o amor entre Orfeu e Eurídice.Na peça de Vinícius,que foi montada pela primeira vez em 1956,durante o Carnaval, Orfeu, condutor de bonde e sambista que mora no morro, apaixona-se por Eurídice, uma jovem do interior que vem para o Rio de Janeiro. Ela está fugindo de um estranho fantasiado de Morte.

Como no drama grego, o amor dos dois desperta o ciúme de Mira, ex-noiva de Orfeu.O poeta teve essa inspiração, a idéia de um Orfeu sambista de grande beleza interior, em busca de sua Eurídice, desejado pelas mulheres e invejado pelos homens, enquanto lia a peça grega,ao som da batucada vinda do morro,no Rio de Janeiro.A peça ganhou duas adaptações para o Cinema:“Orfeu”:é a versão de Cacá Diegues,de 1999,com Patrícia França e o músico Toni Garrido,onde Orfeu é um popular compositor de uma escola de samba,residente na favela, e que se apaixona perdidamente por Eurídice, uma nova moradora do local. Mas entre eles existe Lucinho, chefe do tráfico, que irá modificar drasticamente a vida de ambos.Teve cenas rodadas na Marquês de Sapucaí,durante o desfile das escolas de samba de 1998.Ganhou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora, no Grande Prêmio Cinema Brasil. Foi ainda indicado nas categorias Melhor Ator (Murilo Benício),Melhor Diretor, Melhor Lançamento e Melhor Montagem.“Orfeu do Carnaval”:versão anterior,de 1958, uma produção franco-italiana.Curiosidade: produtor do filme, Sacha Gordine, exigiu que a partitura original da peça incluísse canções inéditas. Surgiram O nosso Amor, de Tom Jobim; Felicidade, de Vinícius e Tom; Manhã de Carnaval, de Luís Bonfá; Samba de Orfeu, de Bonfá e Antônio Maria. A direção do francês Marcel Camus conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1959 e o Oscar daquele ano como melhor filme estrangeiro.

Saindo do Brasil,o Mardi Gras(nossa terça-feira de Carnaval) e os bailes de máscara de Veneza também renderam belas cenas.Como exemplo,citemos “Noites de Mardi Grãs”,musical de 1958,com Pat Boone; e “Casanova”,de Lasse Hallstrom,de 2005.

Também os esportes podem ser citados como formas de manifestações populares constantemente retratadas nos filmes.O Cinema americano está repleto de exemplos:cenas de jogos de basquete nas ruas de Nova York;histórias que retratam astros e jogos de baseball(como o “Campo dos Sonhos”);entre outros.No Cinema Nacional,o futebol fez parte de muitos filmes...”O ano em que meus pais saíram de férias”,de 2006,retrata a Copa do Mundo de 1970,por exemplo.Concluindo,o Cinema,além de beber em fontes literárias e intelectuais,pode e deve valer-se de manifestações populares,e levá-las ao conhecimento de outros.Além disso,serve como registro de tais manifestações.

GRANDES DIRETORES


Como já dissemos,quando se pensa em Cinema de autor e num diretor/roteirista/ator que revolucionou a linguagem cinematográfica tradicional,não podemos esquecer de Quentin Tarantino,nascido a 27 de março de 1963,em Knoxville, Tennessee.Segundo consta,foi seu trabalho como gerente de uma vídeo-locadora e seu acesso fácil à milhares de filmes que o torno um dos diretores mais criativos de sua geração.

Inicou sua carreira fazendo pontas em diversos filmes,como “A Hora dos mortos vivos “ e “Rei Lear”,mas isso não passa de lenda,que ajudou a enriquecer seu currículo.Mas atuou em diversas séries de TV,ao mesmo tempo em que freqüentava o Curso de Direção do Sundance Institute.Antes de estrear como diretor, uma das formas de captar recursos para seu tão sonhado filme de estréia foi vender dois roteiros seus: Amor à Queima-Roupa (1993) e Assassinos por Natureza (1994).Finalmente,estreou na direção com uma produção independente, Cães de Aluguel (1992), que foi co-produzida pelo ator Harvey Keitel, figura constante em seus filmes. Logo em seguida, dirigiu seu maior sucesso até o momento, Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994), que ressuscitou a carreira de John Travolta, deu novo impulso para Samuel L. Jackson e Uma Thurman e ainda rendeu a a Tarantino sua primeira indicação ao Oscar, como melhor diretor.

Foi também produtor executivo do filme Parceiros do Crime (1994), do então estreante Roger Avary, seu parceiro no roteiro de "Pulp Fiction", atuou em alguns filmes de destaque, como A Balada do Pistoleiro (1995) e Um Drink no Inferno (1996) e ainda dirigiu um dos episódios da comédia Grand Hotel (1995). Já em 1997, Tarantino volta a dirigir sozinho um longa-metragem, com Jackie Brown, adaptação de um famoso livro do escritor americano Elmore Leonard. Em sua curta carreira como cineasta, os filmes de Quentin Tarantino ficaram marcados por falar do submundo,mesclando sempre doses de humor e violência.“Cães de aluguel” e “Pulp Fiction” já entraram para a história do cinema,tornaram-se Cult,com seu roteiro não linear,imagens fortes e impactantes.

DAVID LYNCH

Outro exemplo de diretor contemporâneo que imprime sua personalidade nos filmes que realiza.Nascido a 20 de janeiro de 1946,em Missoula,Montana,esse diretor notabilizou-se por criar filmes,muitas vezes,com enredos bizarros,que fogem dos padrões habituais.Seus enredos desenvolvem-se ,em geral,em pequenas cidades do interior americano,cenário para o desfile de seus personagens surpreendentes.Costuma trabalhar com um elenco quase fixo: Kyle MacLachlan, Isabella Rossellini, Laura Dern, Jack Nance, Everett McGill, Dean Stockwell, Brad Dourif, Sherilyn Fenn e Sheryl Lee,em geral,fazem parte de seus filmes.Já foi indicado ao Oscar,ao Globo de Ouro,e ao Cesar francês,entre outros prêmios...Ganhou a Palma de Ouro em Cannes por “Coração Selvagem”(1990), e o prêmio de melhor diretor por este mesmo festival,com “Mulholland Drive”(2001) .
Seus filmes mais marcantes,além dos dois citados acima,são “O homem elefante” e “Veludo Azul”.A cena da orelha humana,em close,neste último,é antológica...

WIM WENDERS

Nascido Ernst Wilhelm Wenders,em Dusseldorf,Alemanha,a 14 de agosto de 1946,este diretor teve seu auge nos anos 80. Ganhou diversos prêmios durante sua carreira.Alguns de seus filmes,como o documentário “Buena Vista Social Club”(1999),sobre a banda cubana de mesmo nome,ou “Paris,Texas”(1984),um Road movie ,filmado nos Estados Unidos,podem ser citados como obras marcantes de sua filmografia.Mas um dos mais comoventes é “Asas do Desejo”(1987),belíssima fábula sobre dois anjos que descem à terra,e um deles se rende ao amor por uma jovem trapezista.

A seguir,falemos um pouco sobre grandes diretores autorais do passado...

ORSON WELLES

Nascido George Orson Welles,em Kenosha,Wisconsin,em 6 de maio de 1915,faleceu em 10 de outubro de 1985.Diretor polêmico,recebeu várias indicações ao Oscar por seu mais célebre filme,”Cidadão Kane”(1941),no qual também atuou e escreveu o roteiro original.Possui vasta filmografia,destacando-se,ainda,”A marca da maldade”(1958) e “Soberba”(1942).Um dos episódios mais célebres de sua carreira,no entanto,não está ligado ao cinema. Em 30 de outubro de 1938, levou ao ar uma versão radiofônica de "Guerra dos Mundos", de H.G. Wells.O programa fora realizado no formato de boletins de notícias que interrompiam um programa musical, incluindo entrevistas com supostas testemunhas da invasão marciana à Terra. O programa gerou pânico nos Estados Unidos, com muitos ouvintes acreditando que os eventos narrados eram realmente verídicos. No dia seguinte Welles divulgou um pedido de desculpas pelo ocorrido mas, devido ao grande número de processos que a CBS teve que enfrentar por causa do programa, Welles e toda sua equipe foram demitidos da estação de rádio em que trabalhavam.Apesar de sua reputação como ator e diretor, manteve durante muito tempo sua licença junto a Magician's Union, além de praticar periodicamente mágicas. De acordo com Welles, assim ele poderia seguir adiante em uma carreira caso fosse impedido de seguir trabalhando no cinema.É cultuado até hoje,influenciando jovens diretores e roteiristas,e deixou sua marca pessoal em todos os trabalhos que realizou.

Em breve,voltaremos a falar sobre esse assunto!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

CINEMA E ARTES

Já discutimos aqui o Cinema e sua relação com a Mídia,a Educação....Vamos falar um pouco sobre o Cinema e sua relação com as Artes em geral.Como sabem,o Cinema é chamado de “Sétima Arte”.Nada mais justo,pois é uma linguagem que abrange todas as manifestações artísticas em um só veículo : fotografia,Artes Plásticas,Literatura,Música,Escultura,Arquitetura....todas estas manifestações podem ser vistas em um filme,não apenas em sua concepção técnica,em sua elaboração propriamente dita,como já visto aqui,mas também divulgando as Artes em forma de uma história a ser contada.A Literatura é fonte inesgotável de inspiração para o Cinema.A maioria dos roteiros é inspirado em obras literárias,de escritores clássicos a contemporâneos.Essa fusão de linguagens ajuda,muitas vezes,a divulgar um escritor iniciante,ou popularizar um escritor conhecido apenas nos meios mais acadêmicos.
Como exemplo,no Brasil,podemos citar o jovem Paulo Lins,que ao ter seu livro utilizado como fonte de inspiração para “Cidade de Deus”,passou a ser respeitado e conhecido pela mídia e público em geral.O mesmo ocorre na Literatura Mundial.:nomes clássicos,como Oscar Wilde,Emile Brönte,Shakespeare,e contemporâneos,como Saramago,Gabriel Garcia Marquez,Anne Rice,J.R.Tolkien,entre outros,tiveram suas obras adaptadas para o Cinema,com sucesso.O caminho inverso também pode ocorrer,um ótimo roteiro virar livro—mais um modo do mercado editorial faturar em cima de um filme de sucesso.E também a poesia pode ser divulgada por um filme.Poemas declamados por um personagem em determinado filme podem tornar-se populares da noite para o dia,como aconteceu com o poema de W.H.Auden,”Funeral Blues” recitado no filme “Quatro casamentos e um funeral”,de Mike Newell.

A fotografia é parte imprescindível de um filme,não podendo,de modo algum estar dissociada desse,como já vimos.O mesmo vale para a Arquitetura,utilizada na construção de cenários,por exemplo.A Música,Artes Plásticas,Escultura podem tanto ser divulgadas como parte integrante de um filme,como de modo indireto,se a história abordar a vida de um artista.Como parte de um filme,canções da música popular americana;música clássica,e outras passam a se tornar o hit do momento;já as esculturas e quadros podem fazer parte do cenário,mas normalmente não são “absorvidas” pelo grande público,a não ser que façam parte do enredo.Chegamos agora às biografias.A arte imita a vida,e nada como uma vida rica em dramas,de um artista de talento,para render um bom filme e tornar sua arte popular.
Um dos exemplos mais marcantes é o filme “Camille Claudel”,que narra a vida do escultor Auguste Rodin,e sua amante,também escultora,que viveu sob sua sombra,até morrer.Com interpretações memoráveis de Gerard Depardieu e Isabelle Adjani,esse filme tornou popular a obra desse mestre até mesmo aqui no Brasil,onde filas eram formadas para conhecer sua obra,nos anos 90,em São Paulo.Pintores de renome também renderam boas biografias:Picasso(“Os amores de Picasso”,com o excelente Anthony Hopkins);Basquiat,traços de uma vida( narrando a vida do ex-mendigo que tornou-se um gênio das artes plásticas,em Nova York,nos anos 80) ,Modigliani(com Andy Garcia,no filme que leva o nome do biografado);o pintor holandês Vermeer(no tocante “Moça com brinco de pérola”).....Enfim,um campo vastíssimo,com muito ainda a ser explorado.

Marilyn Monroe e JFK

FONTE:Estadão-14/02/2009

O pecado sempre morou ao lado de Marilyn Monroe e John Kennedy
Para François Forestier, escritor,a atriz era uma suicida em potencial e a morte do presidente é segredo da CIA

Ele era adorado por sua simpatia, destemor e saudável bronzeado, mas não passava de um homem egoísta, constantemente doente e maníaco sexual. Ela era amada pela estonteante beleza, carisma e sex-appeal, mas era uma mulher depressiva, viciada em remédios e de higiene quase inexistente. John Fitzgerald Kennedy (1917-1963) e Marilyn Monroe (1926-1962) ainda habitam o imaginário de milhões de pessoas como exemplos na política e no cinema. Mas não para o romancista e crítico de cinema francês François Forestier, que destrinchou a vida de ambos no livro Marilyn e JFK (tradução de Jorge Bastos, 216 páginas), que a editora Objetiva lança na terça-feira.

Durante seis anos, o maior símbolo sexual dos Estados Unidos e o senador que se tornou presidente tentaram manter em segredo um relacionamento amoroso. O caso não se tornou público por conta de precauções da imprensa, mas um farto material foi coletado pela espionagem da máfia, FBI e da inimiga KGB. Afinal, a América vivia a insanidade da Guerra Fria, o que justificava o voyeurismo do Estado, as chantagens, manipulações, eleições compradas e dinheiro ilícito.Forestier conta, logo na abertura do livro, que se valeu de um defeito crucial para ir fundo na pesquisa: uma má índole. De fato, o fel transborda em quase todas as páginas, na construção do retrato de um casal doentio.

Nascida Norma Jeane, Marilyn era uma manipuladora da piedade. Conhecida por comédias memoráveis como Quanto Mais Quente Melhor, ela era, na verdade, segundo Forestier, uma atriz egoísta, que não se importava com os colegas. Utilizava o sexo como forma de conquista, habitualmente acordando em lençóis estranhos. Também era viciada em remédios, que criavam um sono artificial e um universo fictício, que a levaram à morte.

Talhado para ser presidente da República pelo pai, Joe Kennedy, ele mesmo um homem racista e afundado em negócios sujos, John era um político que se esquivava de problemas importantes e se concentrava nas mulheres, inúmeras, que frequentavam sua cama, para sexo de, no máximo, 15 minutos. Terminou assassinado, caindo no colo da primeira-dama, Jacqueline, que suportava o adultério em troca da fama. Sobre essa face podre da América dos anos 1960, Forestier respondeu por e-mail às seguintes perguntas do Estado.

Como um chefe de Estado mantia relações sexuais com tantas mulheres, e, ao mesmo tempo, comandava uma nação?Naqueles dias felizes, todos os jornalistas e escritores estavam cientes do fato de que o presidente exagerava, traindo sua mulher como um louco. Mas eles se sentiam obrigados a não comentar nada. Quando um cidadão enviou fotos de JFK com outra mulher, nenhum jornal publicou. Quando Phil Graham, o chefão do jornal Washington Post, declarou publicamente que o presidente colecionava affaires e amantes, nenhuma revista divulgou. Havia um consenso: a vida privada do presidente estava além dos limites. Mas, como Kennedy conseguia governar o país, é um mistério. Como vivia doente, ele funcionava adequadamente apenas algumas horas por dia, tirando uma soneca às tardes e divertidas sestas à noite... Alguém disse que JFK gastou metade do seu tempo perseguindo as mulheres, e a outra metade pensando nisso. Acho que ele era muito rápido, com certeza.

No prólogo, você confessa ter a má índole necessária para escrever tal livro. Era preciso tanto assim?Sim. Se tentar dizer a alguém que Marilyn não era uma santa, mas uma mulher suja e manipuladora, você é olhado como louco. Se falar algo sobre a imoralidade de JFK, a mesma reação. Assim, para trazer a verdade, é preciso enfrentar preconceitos. E mau humor é um instrumento necessário. Sem isso, o jornalismo é possível. Meus melhores amigos são mal-humorados. Marilyn Monroe tinha fama de ser uma mulher inteligente.Não concordo. Ela era uma mulher astuta, mas para usar as pessoas, provocá-las, deixá-las enfeitiçadas por ela. Marilyn também não era profissional, deixava a equipe de filmagem esperando, não decorava suas falas e era totalmente inacessível. Não tinha respeito pelos colegas de trabalho. Fez também estranhas exigências para a Twentieth Century Fox e, quando se tornou produtora, foi péssima. Sua inteligência era um mito. Além disso, ela era mentalmente insana e, como atriz, logo decaiu. Acredito que, se vivesse mais alguns anos, Marilyn acabaria internada em uma clínica, como sua mãe.

Por seis anos, JFK e Marilyn se relacionaram. Era apenas sexo? A relação era sincera?Acredito que, no início, era apenas sexo. Eles se conheceram quando JFK era um senador (casado) e Marilyn, uma starlet. Kennedy era incapaz de amar e Marilyn, incapaz de sustentar uma relação. Ambos eram carentes de amor. Em todo caso, descobriram uma forma de relacionamento. Ela lhe deu sexo, que foi seu melhor presente uma vez que era frígida (ela disse isso a seu analista); ele retribuiu com um sopro de energia e de esperança. Os dois eram desiludidos. De alguma forma, encontraram um raio de luz, algo que, por breves momentos, pareceu ser amor. Talvez eles tenham tido, durante um segundo apenas, uma verdadeira história de amor.

Seu livro traz alguma novidade sobre a morte de Kennedy?Não, nenhuma. Mas traz novidade sobre sua vida: era um homem cuja moralidade era inexistente. Ele foi criado por um homem crente que o dinheiro podia comprar tudo e que seus filhos eram de uma casta superior. Um pai simpatizante do nazismo, além de gângster. Ele legou valores desvirtuados aos filhos. E suas filhas não eram nada. Quanto à morte do JFK, penso que houve uma diabólica aliança entre os exilados cubanos e a plebe. No mês anterior, houve dois atentados contra a sua vida, com o mesmo modus operandi: um atirador com experiência cubana e, à sombra, um grande chefão da máfia, provavelmente Carlos Marcello.

A política atual é diferente?Sim. Pense no escândalo Clinton-Lewinsky. E Clinton não fez nem uma fração do que JFK estava acostumado. Estranhamente, os americanos se preocupam com a vida privada de seus líderes. Quando pararem com isso (como acontece na França, onde ninguém dá atenção com quem Mitterrand ou Sarkozy dormiram), então, a era dos escândalos sexuais estará sepultada. Quanto às "relações políticas", no sentido político, não, nada mudou. Eles serão sempre políticos - nada confiáveis para cuidar de seu cão por uma noite.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

PIN –UPS

FONTE de PESQUISA: http://www.fashionbubbles.com/2006/tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber-sobre-as-pin-ups-sem-nunca-ousar-perguntar/Desenhadas ou fotografadas, elas encarnam há um século o ideal feminino dos homens, e tiveram em Marylin Monroe seu principal símbolo.São mulheres lindíssimas,fotografadas ou desenhadas,cuja figura era pendurada nos armários dos soldados com alfinetes(“to pin up”),daí o nome que receberam.As pin-ups nunca aparecem nuas,apenas vestidas de modo sensual(com lingeries,por exemplo) e possuem sempre um ar ingênuo.Tiveram seu auge nos anos 30-50,principalmente nos EUA.A pin-up mais célebre do século 20, Marilyn Monroe, contribuiu de maneira considerável para impor o clichê da boneca loira, passiva e inocente, à espera do bem-querer do homem.
Ela refletiu ao mesmo tempo as atitudes da sexualidade feminina e as esperanças de mudança.

Cada época fabricou uma pin-up que corresponde às suas próprias aspirações: ora uma deusa agressiva e conquistadora, ora um objeto sexual descerebrado.O termo “pin-up” data dos anos 40, mas ela existe desde a revoluçãoindustrial:no século 19, são reunidas as condições para a emergência do gênero,quando surgem os meios de produção das imagens em massa, uma classe média urbana e uma sociedade mais aberta à representação da sexualidade feminina. Aos poucos vão sendo difundidos, na Europa e nos Estados Unidos, os calendários sexy, os cartões-postais e os pôsteres de atrizes de teatro, por vezes nuas.

A revista americana “Life” vê surgir o primeiro grande fenômeno pin-up, em 1887: a “Gibson Girl”. Desenhada por Charles Dana Gibson, ela é burguesa, chique e está… vestida! Seus trajes de banho, que descem até os joelhos, parecem ser claramente ousados para a época,mas elas também apresentam um ar romântico.

A idade de ouro da pin-up tem início durante os anos 30, com doisdesenhistas que se tornaram clássicos do “cheesecake”: George Petty eAlberto Vargas, fazendo o sucesso da revista americana “Esquire”. Logo no seu primeiro número, em 1930, esta publicação masculina de alto padrão enfia nos intervalos das suas páginas de política e literatura uma “Petty Girl”: no começo, inteiramente vestida, ela irá se desfazer das suas pétalas no decorrer dos anos, antes de inaugurar, em 1939, o primeiro “caderno central de três páginas”, que deve ser desdobrado e destacado.

Enquanto a “Petty Girl” é uma ingênua charmosa, a “Varga Girl”, que lhesucede, banca a mulher fatal. As duas têm em comum uma plásticatotalmente irrealista (pernas desmedidas e cintura de abelha), e um sucesso avassalador. Revistas como Time,criam pin-ups inspiradas nas atrizes de cinema.E dezenas de desenhistas de pin-ups surgem no período entre as duas guerras mundiais:até propagandas da Coca-Cola utilizam-se delas.E durante a Segunda Guerra,as pin-ups são utilizadas para entreter o Exército.Elas passam a personificar a mulher americana,segura,patriota e ousada.

Anônimas e atrizes de cinema espalham-se pelas paredes dos dormitórios e as portas dos armários dos soldados, dentro dos seus abrigos e até mesmo sobre a fuselagem dos aviões: é a “nose art”, discretamente incentivada pelas autoridades militaresAs pin-ups mais célebres naqueles anos são a loira Betty Grable e a ruiva Rita Hayworth. A primeira causa sérios estragos nos corações dos soldados com uma foto na qual ela nem sequer mostra seus seios: de costas, trajando um maiô de uma só peça, ela desafia com insolência a objetiva, com um sorriso travesso. Diz a lenda que ela acabou posando desse jeito para disfarçar uma gravidez .

Os britânicos também têm a sua pin-up: Jane, uma espiã de pouca roupa a serviço da Sua Majestade, é publicada em histórias em quadrinhos no “Daily Mirror”.

Após a Segunda Guerra,nos anos 50,as pin-ups passam a exibir estilo mais “comportado”,loiras fatais,de ar ingênuo.Marilyn Monroe encarna este clichê com perfeição: em 1949, Norma Jean posa nua para o fotógrafo Tom Kelley. Quando é publicado o calendário “Golden Dreams”, a jovem mulher acaba sendo transformada em pouco tempo num símbolo sexual dos Estados Unidos. O ícone mítico e sorridente fará a sua glória, mas também causará a sua desgraça: é difícil impor-se como uma atriz séria quando você encarnou a loira descerebrada .

No decorrer dos anos, o mercado da pin-up se vê limitado às revistas para homens. Em 1953, uma nova revista, a “Playboy”, toma o lugar da “Esquire” e se especializa no “cheesecake”. A primeira “playmate” das páginas centrais é uma certa Marilyn Monroe. Por trás das suas reivindicações de liberação sexual, a revista faz da pin-up uma boneca sem personalidade.A pin-up da geração Playboy ou Pirelli - o calendário damarca de pneus nasce em 1964 - afastou-se do grande público.Atualmente,alguns desenhistas ainda resistem, tentando reinventar as pin-ups históricas,como Betty Page.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

FESTIVAIS DE CINEMA-II

FESTIVAL DE CINEMA DE VENEZA

O Festival Internacional de Cinema de Veneza (Mostra Internazionale d'Arte Cinematografica) é realizado desde 1932. O festival acontece no Palazzo del Cinema.Embora seja anual,o festival faz parte da Bienal de Veneza, uma exposição internacional das artes que se celebra a cada dois anos nesta cidade italiana.O Festival de Veneza é uma mostra competitiva cuja principal prêmio, o de melhor filme, é o Leão de Ouro (Leone d'Oro). O júri também concede o prêmio Leão de Prata (Leone d'Argento) ao melhor diretor/realizador e o Leão de Prata - Grande Prêmio do Júri.O criador do Festival de Veneza, Conde Volpi, não era apenas um industrial abastado, mas também amigo de Benito Mussolini.
Logo os fascistas da Itália dominaram o festival, que por fim se tornou um evento fechado para as Potências do Eixo, Alemanha, Itália e Japão. Entre os premiados brilhava a "cineasta do Führer" Leni Riefenstahl, e, certa vez, até mesmo o filho do Duce, Vittorio Mussolini.FELLINI,BERGMAN E CIA.A reabertura do festival em 1947, no pátio interno do Palácio Ducal, conta até hoje como a mais gloriosa edição do evento. É nesse ano que também se criou o prêmio "Leone d'Oro", representando o leão alado, símbolo da cidade. Desde então, ele é uma das distinções mais cobiçadas do mundo do cinema, ao lado do Oscar e da Palma de Ouro de Cannes.Iniciava-se a época áurea para o Festival Internacional de Cinema. Lá o mundo descobriria o japonês Akira Kurosawa e o sueco Ingmar Bergman. Os mestres italianos Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni e Federico Fellini também festejaram seus grandes sucessos em Veneza.
A mostra internacional da sétima arte,em Veneza, parece ser tão indestrutível como a própria (improvável) cidade à beira da Laguna. Prova disso, é a intenção de construir um novo Palazzo del Cinema, contando até mesmo com a promessa de apoio financeiro por parte do governo.O último agraciado com o Leão de Ouro é o fime “The Wrestler”,de Darren Aronofsky,com Mickey Rourke.

FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE ROTTERDAM

O International Film Festival Rotterdam (IFFR) realiza-se anualmente em vários cinemas em Rotterdam, Países Baixos, no final de janeiro. É um dos maiores festivais da Europa, ao lado de Cannes, Veneza, Berlim, e de Locarno. O festival usa um tigre como seu mascote.

O primeiro festival - então chamado 'International Film' - foi organizado em Junho de 1972 sob a liderança e inspiração de Hubert Bals. Desde o início, o festival tem perfilado-se como um divulgador de filmes alternativos, inovadores e não-comerciais, com destaque para filmes asiáticos e de países em desenvolvimento. Apesar das dificuldades financeiras, em meados da década de 1980, o festival tem crescido a um ritmo constante, atingindo 367.000 visitantes em 2007..O caráter não-competitivo do festival mudou em 1995, quando o VPRO Tiger Awards foram introduzidos - três prémios anuais para jovens cineastas do seu primeiro ou segundo filme.

FESTIVAL DE CINEMA DE LOCARNO

Considerado o quarto no ranking mundial dos festivais, Locarno é ainda o mais autêntico.Durante onze dias, o Festival de Cinema de Locarno na Suíça, transforma-se na capital mundial do cinema de autores, atraindo mais de 200.000 aficionados e profissionais da sétima arte até esse pequeno povoado suíço-italiano no coração da Europa.Estes podem ser considerados os principais festivais de cinema da Europa,continente fascinado por cinema,onde os festivais acontecem durante o ano todo.Podemos citar,também,os festivais de Londres,San Sebastian (Espanha),República Tcheca e muitos outros.A seguir,falaremos um pouco sobre festivais de Cinema nos EUA e no Brasil.FONTE de PESQUISA:Wikipédia

FESTIVAIS DE CINEMA-III

Vamos falar um pouco sobre os principais Festivais de Cinema da América do Norte,o Toronto Film Festival,no Canadá,e o Sundance,nos EUA.SUNDANCE FILM FESTIVALO Festival Sundance de Cinema iniciou-se em 1978, como U.S. Film Festival. Em 1985, o Sundance Institute, fundado anos antes por Robert Redford com o intuito de ajudar novos cineastas, incorpora o festival entre seus programas, dirigindo o evento para as produções independentes. Hoje, o Sundance é o maior festival de filmes independentes dos EUA. Os principais prêmios são o de melhor filme e o de melhor documentário.

TORONTO FILM FESTIVAL

De caráter mais comercial,serve como uma vitrine para as novas produções cinematográficas serem comercializadas.Acontece todo mês de setembro e é uma alavanca para os futuros filmes candidatos ao Oscar serem lançados,e serve de première para as produções realizadas no final da temporada.Recentemente(em 2007),criou-se o Brazilian Film Festival of Toronto (Festival de Cinema Brasileiro em Toronto) –fruto da parceria de uma produtora brasileira e uma canadense,com o intuito de aquecer o mercado e possibilitar mostrar ao público canadense a diversidade do cinema nacional e sua interpretação sobre a cultura brasileira.Os vencedores são agraciados com o Troféu Golden Maple e também uma quantia em dinheiro.O evento está registrado na Ancine e faz parte do Guia Brasileiro de Festivais de Cinema.

FESTIVAL DE CINEMA DE HAVANA

O Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana é um festival que premia filmes latino-americanos e com temas latinos.É realizado anualmente no mês de dezembro ,em Cuba.São cerca de 40 prêmios,divididos nas categorias Filmes,Documentários ,Animação ,Primeiro trabalho ,Direção ,Cinematografia ,entre outros.

FESTIVAIS DE CINEMA NO BRASIL

No Brasil,realizam-se diversos Festivais por todo o país para promover o cinema latino-americano e,em especial o nacional.Destaco,aqui os já tradicionais Festivais de Gramado e de Brasília.

FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO

É realizado anualmente, desde 1973, no Palácio dos Festivais ,em Gramado-RS. Desde sua 20a edição (1992), inclui não apenas produções brasileiras, mas também filmes de origem latina – passando a se chamar "Festival de Cinema Brasileiro e Latino". Foi, na década de 1980, o mais importante festival de cinema do Brasil.

Oficializado pelo Instituto Nacional de Cinema (INC) em janeiro de 1973, o Festival do Cinema Brasileiro de Gramado teve seu ponto inicial nas mostras promovidas durante a “Festa das Hortênsias”,entre 1969 e 1971.O 1º Festival do Cinema Brasileiro de Gramado aconteceu de 10 a 14 de janeiro de 1973, passando a realizar-se todos os anos - primeiramente no verão, depois no outono e, a partir dos anos 90, no mês de agosto.Seu prêmio,o Kikito,é a representação do Deus da alegria.Surgido em plena época da Ditadura Militar,o festival sempre foi palco de discussões contra a censura e a favor da liberdade.Hoje, festival é um espaço indispensável para a divulgação, discussão, crítica e incentivo à criação cinematográfica nacional.

FESTIVAL DE CINEMA DE BRASÍLIA

No contexto nacional, o festival brasiliense surge numa época em que as radicalidades artísticas fazem presença nos movimentos e manifestações de cinema, música e teatro. Desde 1965, o festival brasiliense se pautou por ser espaço de polêmicas e encontros notáveis, revelando os novos valores que iriam trazer alento para a criação cinematográfica brasileira. Em 1967, a semana torna-se Festival do Cinema Brasileiro e, nos próximos quatro anos virão, momentos de alta voltagem ideológico-cultural em torno dos filmes que então se produzem, muitos no mais inequívoco esquema marginal. Projetar um filme pela primeira vez para um público no Festival de Brasília passou a ser um teste de força criadora desafiador. Alguns nomes que fizeram o cinema brasileiro ser concretamente uma idéia na cabeça e uma câmera na mão iniciaram suas obras e embates no mundo cultural a partir de Brasília,como por exemplo,Nelson Pereira dos Santos.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

FESTIVAIS DE CINEMA

Esta semana,iniciou-se em Berlim a 59° Berlinale,o Festival de Cinema de Berlim,cujas notícias vocês podem acompanhar em nossa comunidade.Vamos falar um pouco sobre a origem,a história desses festivais,eventos de grande importância no mundo do Cinema,capazes de alavancar um filme.Os principais festivais são o de Berlim,Cannes,Veneza,Rotterdam,Havana,Sundance,Toronto,etc.No Brasil,destacamos o Festival de Gramado e de Brasília,mas há muitos outros que começam a ganhar relevância.

Esses eventos,em geral. propiciam uma oportunidade para cineastas desconhecidos mostrarem seus filmes para uma platéia de verdade e serem analisados por críticos profissionais,além de atraírem a atenção da imprensa especializada,de agentes e compradores.Filmes de cineastas desconhecidos e /ou iniciantes podem se tornar sucesso de público após serem premiados nesses festivais.FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE CANNESÉ o mais famoso,que exala glamour,por sua própria localização geográfica(a Riviera Francesa).Aspirantes a atriz do mundo todo costumam invadir o lugar para posar para os papparazzi e conseguirem seus 15 minutinhos de fama.

Foi criado pelo governo francês em 1939,mas por causa da Segunda Guerra Mundial,sua primeira edição deu-se apenas em 20 de setembro de 1946,tendo como sede o Cassino de Cannes,entre outros.A partir de 1951,passa a se realizar em maio,como é até hoje.No início,o Festival de Cannes era famoso por suas festas e glamour ,mas,ao longo dos anos, o evento passou a ganhar mais status também junto à comunidade cinematográfica. Hoje, é terreno de pré-estréias de realizadores consagrados, além de receber um dos mais importantes mercados de cinema internacional - o Marché du Film -, o que lhe empresta um caráter muito mais sério. O Festival de Cannes também é importante plataforma comercial para realizadores do mundo todo, que levam seus trabalhos até lá, a fim de obter distribuição mundial.

Inicialmente, os filmes eram selecionados pelos países de origem, não pela organização. No entanto, em 1972, atendendo a pedidos do presidente do evento na época, decidiu-se que a seleção dos trabalhos exibidos ali seria feita pelos próprios organizadores. A mudança é tida como um marco na história de Cannes e foi rapidamente adotada por outros eventos similares ao redor do mundo, como Festival de Berlim e Veneza.A Seleção Oficial do Festival de Cannes é composta pelos Filmes em Competição, Filmes Fora de Competição, Curtas-Metragens em Competição, Un certain regard ("Um Certo Olhar") e Cinéfondation ("Cine-Fundação"). O Festival de Cannes também exibe produções em mostras que ocorrem paralelamente, como a Semana da Crítica e Quinzena dos Realizadores, criadas em 1962 e 1969, respectivamente. O prêmio Caméra d'Or ("Câmera de Ouro") foi criado em 1978.

Hoje em dia, o Festival de Cannes não prestigia somente diretores consagrados, mas também os jovens promissores. A mostra paralela Cinéfondation foi criada em 1998 para a exibição de uma seleção de curtas e médias-metragens realizados por estudantes de cinema ao redor do mundo. Desde então, mais de dois mil trabalhos de todos os continentes foram exibidos nesta mostra.Sua principal premiação,a Palma de Ouro é entregue desde 1955. Antes, o prêmio de Melhor Filme em Cannes recebia a Grand Prix du Festival International du Film ("Grande Prêmio do Festival Internacional").O Pagador de Promessas (1962) foi o primeiro e até agora o único filme brasileiro a ser premiado com a Palma de Ouro em Cannes.



FESTIVAL INTERNACIONAL DO FILME DE BERLIM-BERLINALE

Acontece todos os anos, em fevereiro,desde 1951 e foi criado por iniciativa norte-americana,após a Segunda Guerra Mundial.O júri sempre deu ênfase a filmes representativos de todos os lugares do mundo, do antigo bloco de leste bem como dos países ocidentais. Os prêmios são chamados de Urso de Ouro e Urso de Prata sendo que o urso é o símbolo de Berlim.O Brasil recebeu doisUrsos de ouro:em 1998,com Central do Brasil,de Walter Salles; e,em 2008,com Tropa de Elite,de José Padilha.Em breve,continuaremos a falar mais um pouco sobre a origem dos Festivais de Cinema...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

CINEMA,PRIMEIRAS IMPRESSÕES!...

Já discutimos a utilização do Cinema na educação e o fascínio que este exerce sobre crianças ao ter seu primeiro contato com a “Sétima Arte”.As primeiras impressões causadas pelo contato com o Cinema são inesquecíveis.Quanto mais cedo tal contato ocorrer,antes será incutido no jovem espectador o hábito em se freqüentar uma sala de Cinema.Faz parte da educação que uma criança deve receber o conhecimento de Artes em geral.O gosto pela leitura,teatro e cinema deve ser incentivado e o caminho mais fácil é apresentar tais formas de expressão artística o quanto antes.
Uma criança de classe social privilegiada tem acesso a esse tipo de informação cultural,se incentivada pelos pais.Peças de teatro infantil,filmes de animação formarão o espectador adulto.Infelizmente,em países carentes como o nosso esse tipo de evento chega a uma parcela mínima da população.A popularização dos aparelhos de DVD domésticos auxiliam a aproximação da criança com os filmes.Aqui chegamos a um ponto delicado.A criança não deve ser submetida a qualquer tipo de filme:cenas de violência,sexo,poderão ser prejudiciais à formação desses pequenos espectadores.Filmes de animação infantis são os mais indicados para esse debut infantil no mundo mágico dos filmes.

O pioneiro no filme de animação foi Walt Disney.”Branca de Neve e os sete anões” é a primeira película de animação de longa metragem registrada,datando de 1939.Suas belas imagens,a história da menina que se esconde de sua madrasta na floresta encantam,até hoje,adultos e crianças.Com o advento da tecnologia,esses filmes estão cada vez mais perfeitos,mais reais.Mas a história de amor,a luta entre o bem e o mal,essas são atemporais e universais nesse gênero de filme infantil.Filmes propriamente ditos também são realizados especificamente para o público infantil.Um dos maiores exemplos são os filmes de “Os Trapalhões”.Como já dissemos,quanto mais cedo este contato ocorrer,melhor.A sala escura,o som,o envolvimento pela magia da história são inesquecíveis.Minha memória pessoal me remete a “Karatê Kid” como um dos primeiros filmes que assisti e que sem dúvida,foi o responsável por meu amor ao Cinema.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

CINEMA E MÍDIA-III

Pretendo discutir aqui o Cinema como veículo de Mídia Publicitária,ou seja,as técnicas cinematográficas empregadas na Publicidade,além desta coexistir dentro de um filme.Sabemos que a Publicidade brasileira é uma das mais criativas e sofisticadas do mundo,ganhadora de diversos prêmios.E,talvez por isso,o cinema publicitário nos deu grandes diretores,como é o caso de Fernando Meirelles,que começou com uma produtora independente,realizando programas para a TV,como a série infantil de sucesso,Rá-Tim-Bum.

Posteriormente,ingressou com sucesso no mercado publicitário.Sua empresa de propaganda,O2 Filmes,tornou-se uma das mais respeitadas e procuradas do país.A partir dai,foi um pulo para ingressar no cinema,com o sucesso de "Cidade de Deus".Seus filmes em língua inglesa,"O Jardineiro Fiel" e "Ensaio sobre a cegueira" são excelentes.Outros diretores que advém do meio publicitário são Walter Salles e Sérgio Machado.Aqui,uma curiosidade....diretores oriundos da publicidade são,em geral,bem-sucedidos ao migrarem para a “Sétima Arte”,mas o contrário,é mais difícil de ocorrer com sucesso.O cineasta do meio publicitário está acostumado a trabalhar sob pressão,prazos apertados a cumprir,cenário em que o profissional de cinema tem dificuldade para se adaptar.

Mas a publicidade pode estar “dentro” do filme,o que é conhecido por Merchandising.Tal técnica publicitária existe desde o início da indústria cinematográfica : nos anos 40, as cenas onde os atores apareciam fumando eram pagas.Isso gerou um boom na indústria de tabaco americana:todos queriam um pouco do glamour exibido nas telas....o que era conseguido,pensavam os espectadores,fumando como seus ídolos.Um dos princípios da publicidade e propaganda é comunicar, ou seja, emitir uma mensagem que seja absorvida pelo consumidor-alvo e retorne como resultado.Assim,a ferramenta cinema funciona perfeitamente,pois é considerada a mídia com menor índice de dispersão.

E,hoje em dia,os filmes publicitários são elaborados visando,não apenas a veiculação na TV,mas também as salas de cinema,por isso a preocupação com a estética,a utilização de equipamentos digitais de alta geração,etc.São filmes realizados no formato 30’ (semelhantes aos exibidos na TV), mas de alta qualidade.O patrocínio de um filme e ações de “no mídia” dentro dos ambientes dos cinemas são outras formas de propaganda aliada ao cinema.Dito isso,podemos afirmar que a propaganda presta serviço ao cinema. Ações publicitárias são fundamentais na criação de mitos como a trilogia Star Wars,por exemplo, que movimenta milhões de dólares com produtos da sua franquia. Cada vez mais são garimpados novos espaços para se anunciar uma empresa ou produto. Se puder associar uma marca a um personagem fica melhor ainda.

O que já é realidade na indústria americana começa a se desenvolver no Brasil. Uma pesquisa apontou que junto ao crescimento de público do cinema brasileiro houve um aumento no apoio da iniciativa privada e grandes corporações. A criatividade dos cineastas brasileiros é indiscutível, porém é inegável que, com mais verba, melhora a qualidade das produções. Com melhores produções, aumentam os espectadores. Mais espectadores significam mais pessoas expostas a possíveis ações publicitárias. É bom para a propaganda e para o cinema nacional, é bom para todos nós.Concluindo,essa união Cinema-Publicidade tem tudo para ser duradoura e frutífera...FONTE de PESQUISA:http://www.cinema.com.br/site/opiniao-interna1.php?id=167

CINEMA E MÍDIA-II

Aqui,vamos discutir o Cinema como Mídia de Educação.O nome de nosso blog e de nossa comunidade no Orkut já transmite nossa convicção de que Cinema é fonte de conhecimento.Nos dias atuais,com a popularidade da Internet,onde qualquer informação pode ser obtida a um clique do mouse,fez-se necessário rever e atualizar as formas de ensino tradicionais.

Algumas teses foram desenvolvidas sobre esse assunto. A criança e o jovem de hoje não se contenta mais em aprender com livros e quadro negro.Sua vivência cotidiana com a tecnologia exige mais.Além do uso da Internet em sala de aula,muitas escolas e universidades recorrem ao Cinema para complementar aulas teóricas.Através dos filmes,pode-se,por exemplo,ilustrar determinado fato histórico que está sendo estudado,ou conhecer lugares distantes,citados em uma aula de Geografia...além do que,forma nesse público o gosto pela sétima arte.Estudos foram realizados sobre o comportamento de crianças,na faixa etária de 7 a 11 anos,que nunca haviam entrado em uma sala de cinema.

o encantamento com o que se vê na tela é notado por seus olhos arregalados,gritos nos momentos de suspense da trama sendo exibida,risadas nos momentos alegres....enfim,há um total envolvimento desses pequenos espectadores pela magia que o Cinema provoca.Desse modo,o interesse deles por determinada matéria só irá crescer,fazendo-os aprender muito mais,se esta for ilustrada por um filme pertinente ao assunto.Mas é fundamental que as crianças e os professores tenham acesso a produções cinematográficas criteriosas e relevantes à educação.Deve-se incutir na criança a possibilidade de assistir a um filme ,não apenas como mero entretenimento,mas como fonte de aprendizado e passível de discussão,já que cada pessoa poderá tirar uma conclusão da história que foi contada na tela.Tal conclusão/interpretação dependerá do contexto sócio-cultural a que essa criança pertence,região onde mora,familiaridade ou não com a linguagem cinematográfica,etc.
O que é fundamental é que os professores tenham consciência de todos esses fatores externos para que possam utilizar a “mídia-educação” cinematográfica em sua plenitude,retirando o máximo dessa ferramenta de ensino moderna,inserindo a criança no contexto cultural,fazendo-a tomar gosto por essa forma de arte.Também o estudante adulto,das universidades,pode se valer do Cinema como veículo de aprendizado,não só o estudante de Cinema,que tem nos filmes exemplos das inúmeras linguagens e possibilidades existentes na realização de um filme,mas também o de outras áreas.Um estudante de Letras,por exemplo,poderá se valer da adaptação de uma obra literária para as telas para observar as diversas interpretações que tal obra possa ter,dependendo da linguagem utilizada;um estudante de História verá um momento importante ilustrado nas telas,e assim por diante....


O Cinema faz parte de nossa vida,de nosso cotidiano.Nada mais normal que extrapole seu papel de entretenimento e seja utilizado no campo educacional.Segundo estudiosos:“A relação entre cinema e educação, inclusive a educação escolar, faz parte da própria históriado cinema, uma vez que desde os primórdios da produção cinematográfica a indústria docinema sempre foi considerada, até mesmo pelos próprios produtores e diretores, um poderosoinstrumento de educação e instrução.Por exemplo,registra-se que os primeiros filmes exibidos tinham ocaráter de documentar a vida de outras regiões, desconhecida pela maioria das pessoas emParis.

A relação entre cinema e conhecimento, entretanto extrapola o campo da educaçãoformal, o cinema é um arranjo fílmico e também pode ser considerado um arranjo didático,em que o espectador, ao concentrar-se na história, aprende a olhar para o mundo, criando comas imagens uma nova visão do que é importante, ou seja,novas formas de valoração domundo através do contato com outras maneiras de ver e perceber os sons e as imagens.”O cinema influencia sobremaneira a vida das pessoas: o filme, independente do gênero, proporciona ao público a possibilidade decriar e recriar sentidos, e sob este aspecto poderá nas escolas, influenciar e estimular o aprendizado e a sensibilidade dos estudantes de diversas faixas etárias.
Concluindo, o cinema pode ser uma importante ferramenta de apoio à educação, e a socialização doconhecimento pode advir desta ferramenta pedagógica, sendo essencial que o educador seja oelo de ligação entre este recurso midiático e os estudantes, podendo representar uma relaçãomais humanizada entre o docente, o aluno e o futuro,consolidando a aprendizagem.FONTE de PESQUISA:http://www.midiativa.tv/index.php/midiativa/content/view/full/2957http://www.isepe.com.br/_download.php?4f44673d&CArqui

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

CINEMA E MÍDIA

O Cinema de qualidade pode e deve ser considerado uma manifestação artística,veículo de transmissão de idéias e pensamentos de seu autor(diretor/roteirista),como já discutimos aqui.E é também mídia de comunicação em massa,como a TV,jornais,Internet....

Mas o que quero esboçar aqui é a relação do Cinema com esses outros tipos de Mídia,ou seja,o Cinema visto como produto comercial e seus modos de divulgação.Sabemos que para se fazer um filme é necessário o investimento de uma quantia razoável de dinheiro.Mesmo as ditas produções independentes precisam se bancar.O Cinema,como indústria,visa o lucro.Tal lucro vem das bilheterias.E para que um filme,nos dias atuais,seja sucesso de público,é necessário um grande trabalho de divulgação.Campanhas publicitárias são elaboradas para que o filme seja divulgado nos grandes jornais,em outdoors,em sites na Internet;são realizadas entrevistas com os envolvidos naquela produção(atores ,diretor)em programas de TV especializados em Cinema....Tudo isso para gerar no público a “curiosidade”,a vontade de se assistir ao filme:o mesmo que é feito para se vender uma nova marca de determinado produto industrializado.

Feito isso,se o filme for bom,sobreviverá e dará lucros na bilheteria ,através da divulgação espontânea do espectador(o famoso “boca a boca”).Mas se não agradar,sucumbirá,dando prejuízos,não importa o montante investido na sua divulgação.Como já dissemos aqui,filmes favoritos ao Oscar recebem essa divulgação em massa para angariar os votos dos membros da “Academia”,e após o recebimento do prêmio,muitas vezes injusto,geram lucros assombrosos para as grandes produtoras de Hollywood.O outro lado da moeda são as produções independentes.Com baixo orçamento disponível,exibição em poucas salas especializadas em filmes “alternativos” ,sua divulgação se faz através do público cinéfilo.E em tempos de Internet,o Orkut e outros sites de relacionamento,blogs,elaborados,muitas vezes,pelos próprios realizadores do filme, também são utilizados nessa “divulgação” informal e gratuita.

E se o filme for bom,será sucesso de público e gerará lucros,sem maiores investimentos.Podemos citar como exemplo “Cinema,urubu e aspirinas”,filme independente que tornou-se sucesso de crítica e público.Chegamos agora ao papel do crítico em todo esse processo de divulgação.Um jornalista,crítico de cinema,pode acabar ou exaltar um filme.Em geral,tais profissionais colocam muito de sua opinião e gosto pessoal em suas resenhas críticas.Caso não se identifiquem com determinado diretor,por exemplo,suas observações sobre o filme terão certas ressalvas.É dever do crítico ser isento em seus comentários,analisar o aspecto técnico e artístico da obra.Ele deve ter a consciência de que influenciará pessoas formadoras de opinião,a pequena parcela da população que lê jornal.

Enfim,o Cinema,hoje,é tratado como um produto industrializado.Até mesmo as salas de exibição não possuem mais o glamour e charme de outrora.As salas pertencentes às grandes redes de exibição são padronizadas,frias,iguais em qualquer parte do mundo.Parecem prontas para a exibição de “blockbusters”,cheios de efeitos especiais,filme regado a pipoca e refrigerante.Cinema é entretenimento....e salas intimistas,que nos levam a entrar na tela,sem “acessórios” ,são cada vez mais difíceis de se encontrar....muitas resistem em Cine-clubes ou cinemas de “rua”....Concluindo,não importa onde determinado filme será exibido ou quais os motivos que levaram o espectador até ele....o principal é que o Cinema,como obra de arte,continue a existir e nos encantar,mesmo que,para isso,tenha que se submeter às regras atuais da Indústria de entretenimento.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

DEUSAS DO CINEMA-IV

AUDREY HEPBURN

Nasceu Audrey Kathleen Ruston em Bruxelas,a 4 de maio de 1929 ,e faleceu em Tolochenaz, a 20 de janeiro de 1993.Seu físico não a ajudou no início de careira:era esbellta,magra,o oposto dos atributos vigentes na época.Mas soube aproveitar seus “defeitos”,seu lindo rosto,sua elegância,tornando-se um ideal de elegância e fonte de inspiração para nomes como Givenchy.Audrey sempre será lembrada pelo filme Bonequinha de luxo (Breakfast at Tiffany's, 1961) como Holly Golightly, uma prostituta que sonhava em se casar com um milionário, papel totalmente oposto ao que lhe deu o Oscar em 1954, em que vivia Ann, uma princesa que fugindo de seus deveres reais, se apaixona por um jornalista interpretado por Gregory Peck, em A princesa e o plebeu (Roman Holiday, 1953).
Casou-se por duas vezes e,após o nascimento dos filhos, abandona a carreira artística. Ao final de sua vida, nomeada embaixadora da UNICEF, trabalha incansavelmente como voluntária para causas infantis. Hepburn falava francês, italiano, inglês, holandês e espanhol.E uma curiosidade:no filme Bonequinha de Luxo é vista aprendendo português.Segundo consta,seus filmes preferidos eram Uma cruz à beira do abismo (por sua mensagem social),Cinderela em Paris (por ter se divertido muito nas filmagens e A princesa e o plebeu,seu filme mais querido.Audrey era uma mulher humilde, gentil e charmosa, que preferia cuidar dos outros a seu redor do que de si mesma. É considerada a eterna "bonequinha de luxo" e uma das poucas atrizes a ganhar prêmios em todas as categorias:

Oscar • 1993 - Prêmio Humanitário Jean Hersholt (póstumo) • 1954 - Melhor atriz por A princesa e o plebeu Tony • 1954 - Melhor atriz por Ondine • 1968 - Prêmio especial por sua carreira

Grammy • 1993 - Melhor álbum de histórias para crianças por Audrey Hepburn's Enchanted Tales (póstumo).

Emmy • 1993 - Melhor performance individual num programa informativo por Gardens of the World (póstumo). BAFTA • 1965 - Melhor atriz por Charada • 1960 - Melhor atriz por Uma cruz à beira do abismo • 1954 - Melhor atriz por A princesa e o plebeu Globo de Ouro • 1990 - Prêmio Cecil B. DeMille pelo conjunto de sua obra • 1955 - Atriz favorita do mundo • 1954 - Melhor atriz num filme dramático por A princesa e o plebeu SAG • 1993 - Prêmio pelo conjunto de sua obra

VERONIKA LAKE

Atriz americana, nascida Constance Frances Marie Ockleman no Brooklyn, Nova Iorque, em 1919 (em sua autobiografia afirma ter sido em 1922). Mudou-se para Hollywood com a mãe e o padrasto em 1938 e conseguiu seu primeiro papel no cinema no ano seguinte, usando o nome Constance Keane. Em 1941 passou a se chamar Veronica Lake e assinou contrato com a Paramount. Medindo pouco mais de 1m50, formou par romântico com o também baixinho Alan Ladd nos policiais Alma Torturada (1942), Capitulou Sorrindo (1942) e A Dália Azul (1946). Encarnou uma bruxa na comédia romântica Casei-me com uma Feiticeira (1942), dirigida por René Clair. Fez diversos filmes de baixa qualidade e teve sua carreira praticamente encerrada em 1949.

Voltou às telas em 1966, num filme de suspense. Sua última aparição no cinema aconteceu no medonho filme de horror Flesh Feast (1970), no qual vive uma cientista e assina como produtora executiva. Faleceu três anos depois, em Burlington, Vermont, vítima de hepatite, aos 53 anos.É considerada uma das divas dos anos 40.Dizem as lendas que seu pouco sucesso nas telas deveu-se à sua aparência(longos cabelos)em uma época que se exigia a praticidade,devido à Segunda Guerra Mundial.Seus maiores sucessos nas telas,porém,datam dessa época,entre 1941 e 1946.Possui uma estrela na Calçada da Fama,na 6914,Hollywood Boulevard.

50 anos da Nouvelle Vague-III

FONTE:http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?secoes=2&artigo=657

OS PRINCÍPIOS DA NOUVELLE VAGUE

Os denominados princípios da "escola artística" da Nouvelle Vague são resumidas desta forma pelo livro-chave de Michel Marie, com pequenos acréscimos de Truffaut:"O Corpo Doutrinário" :

- Os fundamentos críticos da Nouvelle Vague se apóiam na "politique des auteurs" primeiramente promulgada em artigo de Truffaut, então critico dos Cahiers de Cinema, no nº 31, em 1954.

"O Programa Estético" - Decorre do primeiro princípio, ou seja, com filmes pessoais, escritos e concebidos por seus autores.

"A Estratégia" - É a do baixo orçamento e da autoprodução, economizando em setores onde estão costumeiramente os itens mais caros: vedetes e estúdios.

"O Manifesto" - É o texto de François Truffaut no qual seu autor investe contra o tradicionalismo e a estagnação do cinema francês.

"O Suporte Intelectual" - Naturalmente o dos Cahiers du Cinéma.

“A Estratégia Promocional” – Concebida e posta em prática por François Truffaut, notadamente nas páginas do semanário Arts, no qual sua ação decidida o transforma em líder da Nouvelle Vague.

"O Teórico" - É André Bazin (também o ideólogo da Nouvelle Vague, apesar de divergir politicamente de muitos dos seus integrantes), autor das teorias da ontologia e do realismo cinematográfico.
O ponto-de-vista dominante nos Cahiers será o de Bazin, exposto por Godard em O Pequeno Soldado (Le Petit Soldat), de 1960/63: "A fotografia é a verdade; o cinema, a verdade 24 vezes por segundo".

"Os Adversários" - Os críticos da Nouvelle Vague e todos quantos, em revistas e jornais, resistem às mudanças propostas.

CARACTERÍSTICAS RECORRENTES DOS FILMES DA Nouvelle Vague:

Algumas características recorrentes dos filmes da Nouvelle Vague foram resumidas esquematicamente pelo citado Michel Marie. Ei-las:
(a) o autor-diretor;
(b) a improvisação responsável;
(c) o cenário natural ("Recuso-me, a não ser em situações excepcionais, a filmar em estúdio. Não é uma questão de princípio, mas de economia e estética" - François Truffaut) ;
(d) a equipe "leve", ou seja, não há necessidade de tantos assistentes, operadores e pessoal de apoio;
(e) o som direto;
(f) a película de alta sensibilidade;
(g) o equipamento de filmagem da melhor qualidade; e
(h) a utilização freqüente de atores não-profissionais.
(Ironicamente, o menino inexperiente Jean-Pierre Léaud, utilizado por François Truffaut em Os Incompreendidos, logo se transformaria num dos atores profissionais preferidos do cinema francês, participando até mesmo,em 1972,de O Ultimo Tango em Paris de Bernardo Bertolucci, ao lado de Marlon Brando e Maria Schneider . Léaud atuou ainda em vários filmes de François Truffaut).

50 anos da Nouvelle Vague-III

50 anos da Nouvelle Vague-II

FONTE:Estadão 01/02/2009

Da cinefilia à política dos autores
Para eles, é a forma e não a natureza do tema que definia a visão de mundo de um cineasta

Quando lhe perguntaram qual era a diferença entre eles, jovens da nouvelle vague, e a geração anterior, Godard respondeu: "Eles bebiam e jogavam cartas; nós preferimos o fliperama." Aliás, o gosto pelas maquininhas de jogos, que não faltavam nos bares de Paris nas décadas de 50 e 60, era apontado como único traço em comum entre os cinco nomes principais da nouvelle vague: Jean-Luc Godard, François Truffaut, Claude Chabrol, Eric Rohmer e Jacques Rivette. Tirando a inclinação para o fliperama, cada um deles tinha um gosto diferente e uma maneira particular de encarar o cinema.Piadas e frases de efeito à parte, com 50 anos de recuo parece óbvio que muitas coisas mais havia em comum entre os membros do grupo, além do prazer de praticar o joguinho eletrônico, importado dos Estados Unidos. Mesmo porque o fliperama não era a única referência norte-americana entre os membros do grupo. Como se sabe, os então críticos da revista Cahiers du Cinema tanto repudiaram o "cinéma de qualité" da geração anterior como se aproximaram do cinema americano, em especial de "autores" como Alfred Hitchcock (que, apesar de inglês, fazia carreira nos EUA) e Howard Hawks.O fato é que a nouvelle vague (expressão criada pela jornalista Françoise Giroud, da L?Express) se definia, primeiro, por uma série de recusas - o cinema de qualidade, de expressão literária, e, em seguida, por algumas afinidades; além de um certo cinema americano, os franceses Jean Renoir e Jean Vigo. Além disso, todos, antes de se tornarem diretores, haviam exercido a função de críticos e haviam passado pela escrita e pela reflexão antes de pegar uma câmera. Eram cinéfilos, muito bem informados da história do cinema, críticos e irreverentes. Havia ainda o dado geracional. Queriam cavar uma posição no cinema francês e não viam tática melhor do que demolir a geração que ocupava o poder. De certa forma, foram bem-sucedidos nessa revolução que, como todas elas, provocou algumas injustiças e cabeças cortadas. Cavaram seu espaço, à custa de uma ruptura traumática com o passado, e se transformaram num dos movimentos mais influentes do cinema moderno.Mas a nouvelle vague chegou a ser mesmo uma "escola", no sentido mais comum do termo? Nada mais incerto. O termo "escola", de ressonância mais literária que cinematográfica, implica alguns pontos, como a publicação de um manifesto, a formação de um grupo com ideário estético, suporte editorial (revista ou jornal para dar publicidade às ideias), um líder e adversários. A nouvelle vague teve alguns desses aspectos, outros não. Em obra recente de balanço, Que Reste-t-il de la Nouvelle Vague (Aldo Tassone, ed. Stock), a resposta mais frequente dos entrevistados é que ela foi mais uma revolução técnica e de produção que estética, propriamente dita. Influenciados pelo artigo de Alexandre Astruc, La Caméra Stylo (1948), os novos cineastas conceberam o cinema como dispositivo tão leve e prático quanto um caderno de notas e uma caneta. Tiraram o cinema dos estúdios e o levaram às ruas, valendo-se de equipamentos leves. Por fim, subverteram a hierarquia do cinema francês, na qual o aspirante a diretor deveria começar como segundo assistente, ir galgando posições numa escalada lenta até chegar a dirigir seu primeiro filme, em geral com 40 anos de idade. Os "jovens turcos" dos Cahiers mostraram que era possível e desejável queimar etapas.Por outro lado, basta pensar na obra dos cinco principais nomes da nouvelle vague para duvidar de uma estética comum. Aliás, é mais fácil encontrar diferenças que semelhanças entre Godard, Truffaut, Rohmer, Chabrol e Rivette. Cada qual fez o seu caminho. Truffaut, o mais violento e polêmico entre eles, reconciliou-se mais tarde com um cinema de feitio clássico, embora jamais acadêmico. Em contraposição, Godard foi o mais criativo entre todos e estabeleceu para sua obra um programa de revolução permanente. Foi também o mais político, enquanto os outros eram comumente tachados de alienados, ou indiferentes, ou mesmo "anarquistas de direita", conforme o jargão francês. Chabrol admite francamente que a nouvelle vague pode ser definida como um neorrealismo sem o aspecto social: "A simples estética do neorrealismo nos bastava, sem que houvesse necessidade da mensagem", diz ele em entrevista a Tassone. Rohmer não deixa por menos e admite que foram indiferentes às grandes questões políticas do seu tempo: "A guerra da Argélia não passa pelos nossos filmes." Com exceção do Godard de O Pequeno Soldado, é bom lembrar.Essa indiferença pela política repercutia na luta entre as duas revistas, a "alienada" Cahiers du Cinema e a engajada Positif, alinhada às ideias de esquerda. Inclinados à cinefilia, os jovens diretores se preocupavam mais com a forma e com a linguagem cinematográfica do que com o "conteúdo". A exceção era, mais uma vez, Godard, que sentia remorsos e ficava incomodado com essa apatia social. Sua guinada ao maoismo pode ser entendida como reação a essa primeira fase apolítica.No entanto, essa preocupação obstinada com a forma rendeu frutos e talvez seja a herança teórica maior da nouvelle vague. O que ela quer dizer? A "moral" de um filme está toda contida em sua forma - nos movimentos de câmera, nos enquadramentos, na fotografia, enfim, nos termos da linguagem cinematográfica. Quer dizer, na mise-en-scène, na direção, que expressa a visão de mundo do autor. Essa aquisição, por óbvia que hoje pareça, não o era na época; prestava-se mais atenção na nobreza do tema, ou no prestígio da fonte literária, do que nos meios buscados para realizá-los. Hoje, qualquer cineasta, ou crítico que se leve a sério, sabe que o que importa é como as questões tratadas se afrontam na linguagem cinematográfica. O que não significa uma atitude de bela indiferença diante do mundo real, muito ao contrário.

Cronologia

1959-Os Incompreendidos dá a Truffaut o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, lançando oficialmente o núcleo-base da nouvelle vague: Truffaut, Claude Chabrol, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer e Jacques Rivette. São todos críticos da conceituada revista Cahiers du Cinéma.

1960-Acossado, um roteiro original de Truffaut filmado por Godard, é lançado no mesmo ano de A Doce Vida, de Fellini, fazendo por Paris o que o cineasta italiano fez por Roma, ao ambientar nas ruas da capital francesa o romance marginal de um ladrão de carros com uma americana .

1962-Truffaut lança, em Paris, seu filme mais popular, Jules e Jim, história de dois amigos apaixonados pela mesma mulher no começo do século passado. O filme, acusado por alguns críticos de misoginia, conquistou o publicou europeu e americano, transformando a atriz Jeanne Moreau na musa da nouvelle vague francesa.

1963-Godard lança seu libelo antibélico, Tempo de Guerra, que o define como a voz política do movimento, mais tarde radicalizando suas posições em A Chinesa (1967), inventário precoce da geração de maio de 1968. Ele também falou da guerra da Argélia em O Pequeno Soldado (1963).

1964-Godard faz um dos cem melhores filmes de todos os tempos, segundo a revista Time, Bande à Part. Filme favorito de Tarantino (Pulp Fiction), é uma obra que presta homenagem às produções B de Hollywood, ao tratar de um trio de amigos que planeja um roubo por diversão.

1966-Jacques Rivette choca a França com sua adaptação de A Religiosa, de Diderot, fazendo a bela Anna Karina sofrer como uma jovem freira perseguida por superioras sádicas. O filme sofreu perseguição dos censores franceses e foi proibido em vários países. Rivette coloca, segundo alguns, o ponto final no movimento.

Os Diretores

FRANÇOIS TRUFFAUT (1932-1984): Obra de caráter autobiográfico, na qual seu alter ego Antoine Doinel é interpretado por Jean-Pierre Léaud. Atire no Pianista, a série Doinel (destaque para Beijos Proibidos), além de A Noite Americana e O Menino Selvagem são seus principais filmes.

ÉRIC ROHMER (1920): Seu verdadeiro nome é Maurice Schérer, um autor que organiza filmes em séries, como a dos Contos Morais e Contos das Estações e Provérbios. São filmes de uma agudeza extraordinária, simples apenas em aparência. Alguns dos principais: O Joelho de Claire e O Raio Verde.

JEAN-LUC GODARD (1930): O grande inventor do grupo, aquele que mais força, até hoje, os limites da linguagem do cinema. Acossado, seu primeiro longa, foi uma revolução. Mas talvez O Desprezo seja o mais amado, embora Viver a Vida, A Chinesa, Alphaville e Pierrot le Fou sejam também citados.

CLAUDE CHABROL (1930): Autor do primeiro longa-metragem do grupo, Nas Garras do Vício, lançado em 1959. Bastante influenciado por Hitchcock, é um refinado pintor do ambiente burguês. Alguns títulos preferenciais: O Açougueiro, Mulheres Diabólicas, Ciúme, e o recente A Comédia do Poder.

JACQUES RIVETTE (1928): Estreou em 1960 com Paris Nous Appartient, mas ficou conhecido pela proibição da censura ao seu segundo longa, A Religiosa, adaptado de Diderot. Gosta da lentidão e da profundidade em filmes como A Bela Intrigante e Va Savoir.Os atores

JEAN-PAUL BELMONDO (1933): Um dos rostos mais associados à nouvelle vague, é protagonista de dois dos mais conhecidos filmes de Godard, Acossado e Pierrot le Fou (O Demônio das Onze Horas). Trabalhou também com Truffaut, Resnais, Chabrol, Agnès Varda e Claude Lelouch.

JEAN PIERRE LÉAUD (1944): Trabalhou com Truffaut da infância à maturidade na série Antoine Doinel. Mas atuou sob o comando de Godard em A Chinesa, Week-End à Francesa, Masculino-Feminino e Detetive. É protagonista de La Mamain et la Putain, de Jean Eustache, herdeiro da nouvelle vague.

JEANNE MOREAU (1928): É uma das atrizes francesas de maior repercussão internacional. Na nouvelle vague, seu papel mais conhecido é em Jules e Jim, de Truffaut. Trabalhou também com Louis Malle, Jacques Démy e Antonioni. Veio ao Brasil em 1972 para filmar Joana Francesa com Cacá Diegues.

JEAN SEBERG (1938-1979): Nascida nos EUA, viveu o principal papel feminino em Acossado. Como Patricia, jovem que tem um caso com o malandro Michel Poiccard (Belmondo), entrou para a história do cinema. Foi encontrada morta, em Paris, dentro de um carro, vítima de overdose de sedativos.

ANNA KARINA (1940): Nascida na Dinamarca, converteu-se em uma das principais atrizes da nouvelle vague. Intérprete-fetiche de Godard, com quem foi casada, está em filmes como Pierrot le Fou e Uma Mulher É Uma Mulher. Seu maior papel é o da prostituta de Viver a Vida.

A Onda que chegou ao Brasil:

CACÁ DIEGUES: "A nouvelle vague foi muito importante para toda a minha geração de cinéfilos e cineastas. Eles mudaram a história do cinema fazendo de um modo de fazer, linguagem. É claro que ela é basicamente filha das ideias do neorrealismo italiano e, sobretudo, dos filmes de Rossellini, mas acrescentou a isso uma visão mais contemporânea do cinema e do mundo. Em termos ideológicos, a nouvelle vague era o gaullismo (de De Gaulle) no cinema, uma atualização com a recuperação e modernização da França do final dos anos 1950, com o apoio irrestrito do ministro da cultura, André Malraux, que entendeu como ninguém a necessidade daqueles filmes para recuperar o orgulho e o prestígio cultural francês perdido com a guerra. Pouca gente, no entanto, percebeu a igualmente decisiva modernização tecnológica que a nouvelle vague representou para o cinema mundial - o fim da ditadura dos estúdios, o uso de câmeras mais leves, a luz natural substituindo os velhos refletores, a hegemonia do TRIX, novo filme da Kodak, mais sensível, os gravadores portáteis de som direto. Sem esses avanços tecnológicos, o programa da nouvelle vague não seria viável. E, sobretudo, a liberdade de grafia e dicção não seriam jamais aquela, uma invenção permanente de elipses, falsos raccords, decupagem no interior dos planos, atores desconstruídos, etc. Isso lhes permitiu a dramaturgia mais leve e menos teleológica, sem as velhas regras do cinema americano. Para a nouvelle vague, como dizia David Neves, o cinema era uma aquarela e não um bronze. Nós, brasileiros, não fomos assim tão influenciados por seu romantismo parisiense, um existencialismo romântico filtrado por Rossellini e por americanos de exceção (Welles, Hitchcock, Hawks, Nick Ray, etc.). Mas o modo de fazer da nouvelle vague e sua teoria da "política de autor" (Bazin e Truffaut) foram fundamentais para a existência do Cinema Novo, de certo modo viabilizaram com seu exemplo a nossa produção. Depois do neorrealismo italiano, fundador do cinema moderno, a nouvelle vague foi o acontecimento mais importante para a difusão e consolidação de cinemas nacionais pelo mundo afora, dos quais o Cinema Novo foi um precursor."

CARLOS REICHENBACH: "Tenho a impressão que o Cinema Novo foi tão influenciado pela nouvelle vague como foi pelo neorrealismo italiano. Afinal, um de seus "inventores", Pierre Kast, conviveu com a confraria e até fez filmes por aqui. A geração 68 (leia-se o cinema brasileiro pós-64, para não falar aquele termo terrível - marginal) foi, com certeza; especialmente pelo Godard da primeira fase. Um filme marco na nouvelle vague - e que me marcou muito - foi Amor Livre (L'Eau à la Bouche), de Jacques Donoil-Valcroze (com seus enormes travellings circulares em torno de um casal fazendo amor, ao som de Jesus, Alegria dos Homens, de Bach). Valcroze foi uma influência fenomenal na minha geração, porque foi editor do Cahiers du Cinema, nos anos "editor " Valcroze e do "aventureiro" Godard. Lembro muito bem da voracidade com que devorávamos (Rogerio Sganzerla, João Callegaro, Jairo Ferreira, Carlos Ebert e eu) o exemplar mais recente do Cahiers, assim que ele chegava tinindO na Livraria Francesa, da Barão de Itapetininga. De Valcroze e Godard eu detecto - especialmente - meu fascínio pessoal pelo cinema B e independente americano, especialmente Samuel Fuller, Nicholas Ray, Joseph H. Lewis e Edward Ludwig (de quem - especialmente em The Last Gangster - Godard foi buscar inspiração para filmar Acossado). Amor Livre (Valcroze), Os Incompreendidos (Truffaut), Acossado (Godard), Nas Garras do Vício (Chabrol), Trinta Anos Esta Noite (Malle), O Pequeno Soldado (Godard) e o esquecido e belíssimo Le Soleil Dans L"Oeil, de Jacques Bourdon, foram filmes essenciais na minha formação. De alguma forma, todos esses filmes buscavam sentido e poesia na deriva e no inconformismo."

WALTER SALLES: "Para toda uma geração, a nouvelle vague foi o início, o meio e o fim... uma verdadeira revolução na maneira de ver, pensar e fazer cinema, não só estética, mas também ética. Sintomaticamente, a nouvelle vague foi conclamada por um crítico (Bazin) e instaurada por cineastas críticos que militavam no seio dos Cahiers, como Truffaut, Godard, Rohmer, etc. O movimento foi de tal forma marcante que ele ultrapassou o território do cinema e balizou toda a discussão intelectual da época. Um exemplo: na escola onde eu estudei em Paris em 68 e 69, existiam dois cineclubes rivais: o primeiro dedicado a Godard, o segundo a Truffaut. Você tinha de escolher um dos dois lados, como se torcesse pelo Santos ou Corinthians - isso, aos 12, 13 anos de idade. Eu gostava tanto de Godard quanto de Truffaut e acabava frequentando discretamente os dois. Era uma época em que um filme incandescente como Pierrot le Fou era esperado com ansiedade meses antes do lançamento. Pierrot le Fou fez quase 2 milhões de espectadores, mas isso não virava o foco da discussão. Afinal, era uma época em que se falava de ideias e não da bilheteria dos filmes. Os filmes importantes eram aqueles que geravam debates nos cafés e nos bares, que reinventavam um presente, que criavam uma memória coletiva. Isso foi bem antes de Tubarão, do advento dos blockbusters, do marketing e da indústria das celebridades. Bem antes de os filmes serem tratados como sabão em pó."

FERNANDO MEIRELLES: "Quanto à nouvelle vague, evidentemente, eu era espectador. Entrei na faculdade em meados dos anos 1970 e era isso que eu via. Nouvelle vague e malditos brasileiros. Depois o Jovem Cinema Alemão. Os filmes do Godard me impressionavam muito pela narrativa tão solta e tão cinematográfica. Filmes que me impressionaram: Acossado (e a refilmagem do Truffaut nos anos 80), Alphaville, Weekend, Pierrot le Fou, Salve-se Quem Puder, a Vida (adorava as frisadas nas cenas onde a personagem andava de bicicleta, cheguei a copiar isso em trabalhos que fiz). Dos anos 1980 para cá, ele parece que ficou mais chato, ou eu fiquei mais tolo e deixei de gostar tanto dos filmes que fazia. O Truffaut me parecia mais acessível e também me encantou em Atire no Pianista, Jules e Jim e, é claro, Fahrenheit 451. Me apaixonei pela Jaqueline Bisset em Noite Americana, adoro O Homem Que Amava as Mulheres. Nunca embarquei muito nos filmes do Chabrol e conheço pouco Eric Rohmer, de quem assisti pouca coisa e recentemente."

50 anos de Nouvelle Vague


FONTE:Estadão-01/02/2009


Há 50 anos, o mundo cinematográfico era sacudido pela nouvelle vague, o movimento que mudou a história e ainda marca a produção contemporânea

A imagem acima correspomde ao cartaz do filme Os Incompreendidos (Les 400 Coups), obra seminal de um movimento que marcou a história do cinema há 50 anos, a nouvelle vague francesa. Nele, um delinquente juvenil chamado Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) caminha em direção ao mar e seus passos indecisos são acompanhados por uma câmera ainda mais vacilante, que resolve congelar o rosto do garoto por absoluta falta de respostas para seu drama pessoal. Doinel, ignorado pela mãe e o padrasto, é um desajustado. Vive de pequenos golpes, pulando de reformatório em reformatório, exatamente como aconteceu com o jovem autor do filme na adolescência, François Truffaut, então com 27 anos e já um crítico respeitado da revista Cahiers du Cinéma em 1959.

É o mesmo Truffaut que, cinco anos antes, aos 22 anos, escreveu um manifesto em que expôs a tese fundadora da estética da nouvelle vague - na verdade, um panfleto contra o cinema tradicional francês e a favor do "cinema de autor".O texto de Truffaut na Cahiers du Cinema não combatia apenas o cinema comercial, de entretenimento. Tinha como alvo o cinema de reconhecidos realizadores franceses da velha geração, seguidores de uma "tradição de qualidade" - filmes baseados em obras literárias, bem-feitos mas que pouco acrescentavam aos livros que os inspiravam. Diretores como Claude Autant-Lara ou René Clement, que deviam seu prestígio a grandes escritores, sentiram-se particularmente atingidos pelo panfleto, assim como roteiristas adaptadores do porte de Jean Aurenche (Sinfonia Pastoral) e Pierre Bost (O Diabo no Corpo). Estava armada a polêmica.De um lado, os defensores do cinemão francês. Do outro, os quatro cavaleiros do apocalipse cinematográfico, além do líder Truffaut, todos defensores da "política dos autores": Jean-Luc Godard, Eric Rohmer, Jacques Rivette e Claude Chabrol. Para eles, o verdadeiro autor não era o diretor fiel à tradição literária, mas alguém capaz de abrir mão da narrativa literária e revolucionar a linguagem do cinema ao impor seu estilo - um cineasta, enfim, com poder de decisão sobre a imagem e o som de seus filmes, alguém como Orson Welles, Rossellini, Jean Renoir ou Fritz Lang, que o quinteto cansou de reverenciar na Cinemateca Francesa, verdadeiro berço da nouvelle vague. Sem o trabalho de Henri Langlois, fundador da Cinemateca, em 1936, e do crítico André Bazin, o pai da cinefilia, ficaria mais difícil para o quinteto irreverente ver obras de Bergman, Dreyer, Eisenstein, Lang ou mesmo autores como Orson Welles, proibido durante a Ocupação e redescoberto pelo público francês graças ao movimento cineclubista.O panorama francês do pós-guerra favoreceu - e muito - o advento da nouvelle vague. O processo de reconstrução da identidade francesa, abalada pela Ocupação, sacudiu violentamente os antigos valores morais. A França existencialista implodia o núcleo familiar, falava em controle da natalidade, desenvolvia filosofias e métodos psicanalíticos de inspiração marxista - e todo esse material era evidente demais para ser ignorado pelos cineastas da nouvelle vague, em busca de temas fortes como prostituição, triângulos amorosos, feminismo e marginalidade. Num mesmo ano, 1959, o Festival de Cannes viu quebrar em suas telas a "nova onda" violenta que trouxe para sua praia um menor abandonado (Os Incompreendidos) e um improvável casal inter-racial formado por uma francesa e um japonês (em Hiroshima Mon Amour, de Alain Resnais, filho temporão do movimento). No ano seguinte a França seria sacudida por um sociopata ladrão de carros que mata um policial e tenta convencer a namorada a fugir com ele para a Itália (Acossado, de Godard).Além da convicção de que um filme bom deve ser uma obra de expressão artística pessoal, os cineastas da nouvelle vague defendiam que seus autores deveriam seguir convenções - não há movimento sem regras, como comprovariam mais tarde o Cinema Novo e os escandinavos do Dogma 95, signatários do manifesto lançado em 1995 pelos dinamarqueses Lars von Trier e Thomas Vinterberg, dois herdeiros de Godard e Truffaut.Se comparadas, as regras da nouvelle vague francesa e do Dogma não diferem em nada: filmagens em locações externas, câmera na mão, luz natural, diálogo improvisado, som direto (o gravador Nagra foi lançado nos anos 1960), longas tomadas de câmera e, principalmente, uma edição não-naturalista, montagem feita de "jump cuts", cortes abruptos que desafiam a lógica. Oficialmente, isso foi feito mesmo antes da estreia de Os Incompreendidos (por Agnès Varda em La Pointe-Courte, em 1955, Chabrol em Le Beau Serge e Rivette em Le Coup de Berger, ambos de 1958). Meio século depois, as lições da nouvelle vague ainda são consideradas por cineastas da geração pós-Truffaut (Jean Eustache, Bertrand Tavernier, André Techiné, Phillipe Garrel) e da geração de Christophe Honoré e François Ozon - autores da chamada "new wave" do cinema francês, todos na faixa dos 40 anos , como Yves Caumon (Cache-Cache, 2005), Jean-Paul Civeyrac (À Travers la Forêt, 2005) e Philippe Ramos (Capitaine Achab, 2007). A onda, como se vê, não morreu na praia.