sábado, 31 de janeiro de 2009

DEUSAS DO CINEMA-III

LANA TURNER

Nascida Julia Jean Turner, em Wallace,a 8 de fevereiro de 1921,faleceu em Century City, a 29 de junho de 1995.Foi descoberta aos quinze anos, em 1936, tomando uma coca-cola em uma lanchonete em Hollywood, pelo produtor do jornal "Hollywood Report", W.R.Wilkerson e contratada, a 50 dólares por semana, por Mervyn LeRoy, diretor da Warnertendo. Estreou em 1937, no filme They won't forget(Esquecer,nunca).Ela era a "Garota do Suéter", considerada símbolo sexual entre as décadas de 1940 e 1950 , tornando-se uma das atrizes mais bem pagas da época.Alcançou o auge da fama com O Destino bate à sua porta" (The Postman always rings twice) em 1946.
Lana Turner era esbanjadora,maníaca por sapatos,foi casada 7 vezes,além de ter mantido casos amorosos com várias personalidades da época.Sofria de depressão,causada pelo álcool e esteve envolvida em um dos maiores escândalos da época,em Hollywood:sua filha assassinou seu amante,Joe Stompanatto em defesa da mãe,constantemente agredida por ele.Cheryl Crane,sua filha,foi absolvida deste crime.Lana Turner realizou filmes de 1937(Esquecer nunca) a 1980(A poção mágica).Seus principais filmes foram O destino bate à sua porta(1946),de Tay Garnett;Imitação da vida(1959),de Douglas Sirk;Assim estava escrito(1952),de Vincnt Minelli;Esquecer,nunca(1937),de Mervyn Le Roy e A caldeira do diabo(1957),de Mark Robson.

JOAN CRAWFORD

Lucille Fay LeSueur,mais tarde Joan Crawford,nasceu em San Antonio, a 23 de março de 1905 e faleceu em Nova Iorque,a 10 de maio de 1977.Teve uma vida difícil e soube utilizar seus dotes físicos,nesta época,para sobreviver,antes de entrar no cinema:possuia um talento nato para a dança e o strip-tease.Iniciou sua carreira protagonizando inúmeros filmes pornográficos. O mais famoso deles foi The Casting Couch (O Teste do Sofá), que narra a história de uma jovem que, para conseguir um papel, se apresenta para um agente. Tira suas roupas, faz sexo oral e depois tem relações sexuais com ele em todas as posições possíveis no sofá que dá título ao filme.

Mas Lucille era persistente.Trabalhava em um bar,onde marcava encontros com clientes e,foi no escritório de um desses clientes que conheceu Marcos Loew ,da MGM.Ele conseguiu-lhe um teste e,algum tempo depois,a futura atriz assinava um contrato de 5 anos com a Metro Goldwyn Mayer.Em 1925, fez sua estréia no cinema com Pretty Ladies, ainda na época do cinema mudo.Nessa época,foi batizada de Joan Crawford,através de um concursopromovido pela revista Movie Weekly.Foi indicada três vezes ao Oscar de melhor atriz: em 1945 por Almas em Suplício , em 1947 por Fogueira de Paixões e em 1952 por Precipícios D'Alma. Venceu em 1945 e participou de outros filmes de sucesso como Johnny Guitar , O Que Terá Acontecido a Baby Jane?.

Épicos do Cinema-IV


Mais um exemplo de um épico do cinema realizado nos dias atuais é Tróia.Realizado pelo diretor Wolfgang Petersen utilizou-se dos recursos de computação gráfica para "aumentar" o número de soldados nas cenas de batalha.

Sinopse
Em 1193 A.C., Paris (Orlando Bloom) é um príncipe que provoca uma guerra da Messência contra Tróia, ao afastar Helena (Diane Kruger) de seu marido, Menelaus (Brendan Gleeson). Tem início então uma sangrenta batalha, que dura por mais de uma década. A esperança do Priam (Peter O'Toole), rei de Tróia, em vencer a guerra está nas mãos de Aquiles (Brad Pitt), o maior herói da Grécia, e seu filho Hector (Eric Bana).

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Concluindo,quis aqui,apenas prestar uma homenagem a este gênero de filme que muito nos fascina por seu realismo e riqueza cênica,além de ser uma aula de História,em muitos casos....

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Épicos do Cinema-III


Continuando nossa pequena exposição dos Épicos do Cinema,vale ressaltar que tal gênero não é exclusividade da época áurea de Hollywood.

Hoje,também se realizam filmes épicos e históricos,com a vantagem de todos os recursos que a alta tecnologia disponibiliza à filmagem.


Um exemplo de um filme épico atual é Alexandre,o Grande,de Oliver Stone,com
Colin Farrell, Anthony Hopkins, Angelina Jolie, Val Kilmer, Elliot Cowan, Rosario Dawson, Jared Leto no elenco.


Sinopse:Ele foi muitas coisas para muita gente – um rei-guerreiro audacioso, cheio de ambição, de coragem e de arrogância da juventude, que comandou seus homens contra o temido exército persa… um filho desejando desesperadamente a aprovação do pai inflexível e marcado pela batalha, dividido e conflituado em relação ao legado da mãe… um conquistador incansável que nunca perdeu uma batalha e guiou seus soldados aos limites do mundo descoberto… um visionário cujos sonhos, façanhas e destino ecoam pela eternidade, que ajudou a moldar a face do mundo como o conhecemos hoje. Ele foi tudo isso e muito mais. Ele foi Alexandre, o Grande.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

DEUSAS DO CINEMA II

GRETA GARBO

Nascida Greta Lovisa Gustafson, em Estocolmo,a 18 de Setembro de 1905 ,e falecendo em Nova Iorque,a 15 de Abril de 1990 ,tornou-se com seu inquestionável talento e sua intrigante aura de mistério uma das mulheres mais fascinantes da história do cinema.Órfã de pai,começou a trabalhar em uma barbearia, aos 14 anos,largando os estudos.Suas primeiras incursões cinematográficas foram em filmes publicitários suecos:para uma panificadora e uma loja de departamentos,onde anunciava moda feminina.Estes filmes,baseados na comédia,foram as primeiras experiências frente às câmeras desta grande atriz trágica.

Entre 1922 e 1924,Greta Gustafson estudou arte dramática na Academia Real de Teatro Dramático, onde foi descoberta pelo diretor finlandês Mauritz Stiller,com quem realizou uma única película, A Lenda de Gösta Berling ,em 1924.Stiller a levou para a Alemanha,onde,em 1925 participou do filme expressionista A Rua das Lágrimas,de Georg Wilhelm Pabst.Louis B. Mayer (1885-1957), poderoso magnata do cinema que comandava a MGM na época, ficou encantado com a performance da jovem atriz sueca no filme A Lenda de Gösta Berling, e ofereceu a ela e ao seu mentor, Mauritz Stiller, um contrato para irem trabalhar em Hollywood,onde transformou-se em Greta Garbo.Segundo consta,há cinco versões diferentes para a escolha de seu nome artístico,a mais plausível é que buscaram um nome de pronúncia fácil em Londres e Paris.Garbo viria de Gabor,nome de um rei húngaro do século XVII.A versão mais romântica diz que Garbo viria do norueguês e quer dizer “fada da floresta”.

Porém,Garbo demorou a fazer sucesso em Hollywood devido às suas dificuldades com o idioma,fato que,mais tarde,transformou-se em exotismo.Seu físico também não se encaixava com os padrões vigentes,fato logo resolvido com melhorias estéticas em sua aparência .Então,em 1925,realiza uma sessão fotográfica de sucesso para a revista Vanity Fair.Logo após,é chamada para realizar seu primeiro filme na América,Os Proscritos,em 1926.Tornou-se,a partir dai,estrela fulgurante do cinema mudo por quase duas décadas.A maneira completamente diferente com que Garbo utilizava o corpo em suas interpretações foi o que cativou o público norte-americano:ela requeria muito menos legendas para expor suas emoções do que qualquer outro ator de cinema mudo,seus gestos eram sutis e demonstrava suas emoções através de expressões faciais.

Seu maior sucesso foi o filme,vencedor do Oscar em 1932,Grande Hotel,onde profere sua famosa frase,”I want to be alone”.Recebeu indicações ao Oscar de Melhor Atriz com grandes sucessos como A Dama das Camélias (1936) e Ninotchka (1939), porém jamais conquistou a estatueta da Academia, a não ser um prêmio honorário que recebeu quando já tinha abandonado as telas,o que acontece após o fracasso de bilheteria de Duas vezes meu,em 1941,sob direção deGeorge Cukor.Garbo tinha,então,36 anos.Alguns dizem que ela abandonou a carreira por causa de sua desilusão com o mundo,devido à Segunda Guerra Mundial.Tornou-se reclusa até falecer,em 1990,apesar de vários convites e tentativas de trazê-la de volta às telas durante todos esses anos de ausência.Greta Garbo foi uma das atrizes mais influentes de sua época,talvez do século XX,influenciando as futuras gerações.

AVA GARDNER

Ava Lavinia Gardner nasceu em 24 de Dezembro de 1922, em Grabtown, Carolina do Norte, EUA e faleceu em 25 de Janeiro de 1990.Foi casada com Mickey Rooney (1942-1943), Artie Shaw (1945-1946) e Frank Sinatra (1951-1957).É considerada uma das atrizes mais belas da história do cinema, foi uma das grandes estrelas do século XX, é um dos mitos da sétima arte e está entre as 50 maiores lendas do cinema da lista do AFI.Conhecida por sua exuberante e fotogênica beleza, é lembrada como: O animal mais belo do mundo!....

Seu cunhado Larry Tarr,fotógrafo em Nova Iorque,encheu suas vitrines com fotos de Ava Gardner, então com 16 anos de idade. Uma dessas fotos foi vista por um funcionário da Metro Goldwyn Mayer, Barney Duhan que o aconselhou a encaminhá-las para a Metro. O diretor George Sidney gostou e convidou-a para Hollywood, onde desembarcou a 23 de agosto de 1941,onde realiza seu primeiro filme,Fancy Answers.Teve uma carreira de mais de 40 anos de êxito nas telas.Seu último trabalho foi realizado para a TV,em 1986.Seus maiores sucessos foram Mogambo(1935),pelo qual recebeu indicação ao Oscar de melhor atriz; A Noite do Iguana (1964),com o qual foi indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz-drama.Recebeu,ainda, 3 indicações ao BAFTA de melhor atriz estrangeira, por Bhowani Junction (1956), A Hora Final (1959) e A Noite do Iguana(1964),pelo qual ganhou o prêmio de melhor atriz, no Festival de San Sebastian.Possui uma estrela na Calçada da Fama, localizada em 1560 Vine Street.
FONTE de PESQUISA: Wikipedia

ÉPICOS DO CINEMA-II

BEN HUR

Um dos mais famosos e importantes épicos do cinema é "Ben Hur".

Sinopse:
Em Jerusalém no início do século I vive Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um rico mercador judeu. Mas, com o retorno de Messala (Stephen Boyd), um amigo da juventude que agora é o chefe das legiões romanas na cidade, um desentendimento devido a visões políticas divergentes faz com que Messala condene Ben-Hur a viver como escravo em uma galera romana, mesmo sabendo da inocência do ex-amigo. Mas o destino vai dar a Ben-Hur uma oportunidade de vingança que ninguém poderia imaginar.

Ganhou 11 Oscars, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Charlton Heston), Melhor Ator Coadjuvante (Hugh Griffith), Melhor Direção de Arte - A Cores, Melhor Fotografia - A Cores, Melhor Figurino - A Cores, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som. Foi ainda indicado na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.
Ganhou ,também,3 Globos de Ouro: Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor e Melhor Ator Coadjuvante (Stephen Boyd), além de ter recebido um prêmio especial, dado a Andrew Marton, devido à sua direção na cena da corriga de bigas em Ben-Hur.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

DEUSAS DO CINEMA

Meu primeiro registro neste blog foi sobre,na minha opinião,a deusa das deusas do Cinema,Gene Tierney.Mas na época de ouro de Hollywood ela não foi a única a brilhar.Dividiu o panteão das estrelas com outras atrizes,igualmente belas e talentosas.O cinema,nesse período,ditava moda e costumes,e seus astros e estrelas eram alçados à condição de celebridade pela mídia (jornais,revistas especializadas,rádio) do dia para a noite.Muitos foram sucessos efêmeros,que acabaram caindo no limbo,por falta de talento e/ou oportunidades.As atrizes que se destacaram são cultuadas até hoje.Vivem no Olimpo do Cinema,verdadeiras deusas capazes de encantar os homens e provocar a inveja nas mulheres,que as tomavam como exemplo.Porém,a vida dessas deusas mortais,muitas vezes,não foi fácil.A elas,parecia ser vetada uma existência mundana,cotidiana.A mulher que originara o mito não poderia mais existir.Apenas a deusa que encantava e fascinava o público.Poucas foram as que conseguiram manter uma vida privada distante dos holofotes,como Marlene Dietrich,por exemplo.Ela foi uma das raras capaz de rasgar o véu da divindade. Existe uma anedota significativa a seu respeito: um dia, antes de rodar uma cena, ela se pôs de quatro e começou a limpar o chão sobre o qual deveria deixar escorregar sua manta de pêlo de raposa prateado. Terminada a limpeza, apareceu sob os refletores, altiva, distante, inacessível. Era ela fazendo o papel de diva. E não o contrário.Pretendo,aqui,exibir uma pequena biografia de cada uma delas.Continuemos....

MARLENE DIETRICH

Marlene Dietrich, nome artístico de Marie Magdelene Dietrich von Losch (Berlim-Schöneberg, 27 de Dezembro de 1901 — Paris, 6 de Maio de 1992) foi atriz e cantora alemã, naturalizada americana. Estudou artes cênicas e participou de filmes mudos até 1930.Estreou no teatro aos 23 anos de idade e, após cinco anos de uma carreira obscura, foi descoberta pelo diretor austríaco Josef von Sternberg, que a convidou para protagonizar o filme Der Blaue Engel (1930),O Anjo Azul, baseado no romance de Heinrich Mann, Professor Unrat. Foi o primeiro dos sete filmes nos quais Marlene Dietrich e o diretor Josef von Sternberg trabalharam juntos. Os demais foram Marrocos (1930), Desonrada (1931), O Expresso de Shangai (1932), A Vênus Loira (1932), A Imperatriz Galante (1934) e Mulher Satânica (1935). Então,foi descoberta por Hollywood,naturalizando-se americana à época da Segunda Guerra,quando chegou a ser convidada por Hitler a fazer filmes pró-nazismo,o que recusou,sendo considerada traidora pela Alemanha.Descobriu seu dom para cantar quando se apresentou para as Tropas Aliadas durante a Guerra.
A partir de 1951,começa a apresentar-se como cantora em Las Vegas.E,em 1961,protagoniza um filme que chocaria o mundo,O Julgamento de Nuremberg,sobre o holocausto nazista.Em 1978,realiza seu último filme e,após participações em diversos programas de rádio e TV,finalmente se refugia em seu apartamento em Paris,onde falece aos 90 anos de idade,de causas naturais.Alguns dizem que cometeu suicídio.Foi indicada ao Oscar ,em 1931, por sua atuação em Marrocos;e ao Globo de Ouro, em 1958,na categoria de melhor atriz de cinema - drama, por Testemunha de Acusação (1957). No mesmo ano recebeu o Golden Laurel, como segunda colocada na categoria de melhor atriz por Testemunha de Acusação.Foi homenageada com uma estrela na Calçada da Fama, no 6400 Hollywood Boulevard.Na próxima postagem,continuaremos a falar sobre as Deusas do Cinema.

ÉPICOS DO CINEMA-I


Hollywood,desde seus áureos tempos,até hoje,notabilizou-se por criar super-produções,onde milhões de dólares são gastos em cenografia,efeitos especiais,dando grandiosidade ao espetáculo cinematográfico.

Muitas dessas super-produções,de cunho histórico,passaram a ser conhecidas por "épicos".Esses épicos tiveram seu auge nos anos 50/60,mas muitos filmes realizados hoje em dia,como "O Senhor dos Anéis",pode ser considerado um épico.


Um exemplo de um épico da fase de ouro de Hollywood:


OS DEZ MANDAMENTOS-Cecil B. de Mille(1956)


Sinopse: Depois de tomar conhecimenlo da profecia que previa a criação de um libertador entre os escravos hebreus, o faraó Ramsès I do Egito manda matar todos os homens recém-nascidos de mãe judia. Yochabel, no entanto, consegue salvar o seu filho, abandonando-o dentro de uma cesta nas águas do Nilo. Encontrado por Bithiah, a filha do faraó, Moisés é criado como um príncipe. Porém, assim que descobre sua verdadeira origem, dedica.se a libertar o povo de lsrael da escravidão, para conduzi-lo à Terra Prometida.


Elenco: Charlton Heston (Moisés), Yul Bryner (Ramsés II), Anne Baxter (Nefertiti), Edward G. Robinson (Dathan), Yvonne De Carlo (Séfora), Debra Paget (Lilia), John Derek (Josué), Sir Cedric Hardwicke (Sethi), Nina Foch (Bithiah), Martha Scott (Yochabel), Judilh Anderson (Memmel), Vincent Price (Baka), John Carradine (Abrão),Cecil B. de Mille(a voz de Deus).
Em breve,mais exemplos de filmes épicos.


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Atuação!...

Para um filme funcionar,além de toda a parte técnica já explanada de forma sucinta aqui,é necessário um bom casting de atores,comandados pelo diretor,o “maestro” que faz toda essa orquestra andar com ritmo e qualidade,como já explanado anteriormente.Como já dissemos,cabe ao produtor a seleção do elenco,seguindo a vontade do diretor que,muitas vezes,escolhe o elenco principal.Uma direção equivocada pode estragar todo um filme,até mesmo o trabalho de um ator consagrado.O diretor deve saber extrair o melhor de seus atores,pois estes serão o veículo de comunicação com o espectador.O ator empresta seu corpo a um personagem e deve ser capaz de transmitir emoção e sentimentos reais,a fim de envolver e emocionar o público.
Não é uma profissão fácil,é necessário estudo contínuo,dedicação.O ator,mesmo o de cinema,deve saber trabalhar a voz,postura,presença em cena....Mas a técnica deve estar aliada a um talento nato,como em qualquer profissão.Há diversos cursos e métodos interpretativos.Um dos mais famosos,ministrado até hoje na Actor’s Studio,de Nova York,é o método Stanislaviski,criado por este ator russo no século XIX,que nada mais é do que uma “interpretação verossímil”, uma série de técnicas e princípios que hoje são considerados fundamentais para o desempenho do ator.
Ao contrário da percepção de naturalidade que observara, descobriu que a atuação realista era, em verdade, muito artificial e difícil - e que somente seria adquirido mediante uma série de estudos e práticas, que compilou.Havia a necessidade,segundo Stanislavski,do ator reaprender a caminhar,sentar,falar,diante de uma platéia teatral e,mais tarde,diante das câmeras.Até o surgimento do “método Stanislaviski”,os atores de teatro pecavam pelo excesso,interpretações bastante estilizadas e nada realistas.Entretanto,vale ressaltar que,na época do cinema mudo,a representação era teatral,baseada no gestual exagerado,para que o espectador compreendesse a ação.Atores atuais de comédia,como Jim Carrey,ainda se utilizam desses recursos.

Diversos atores de cinema, de talento e técnica inegáveis,formaram-se sob o método de Stanislaviski: Jack Nicholson, Marilyn Monroe, James Dean, Marlon Brando, Montgomery Clift, Steve McQueen, Paul Newman, Warren Beatty,Geraldine Page, Dustin Hoffman, Robert De Niro, Al Pacino, Jane Fonda e muitos mais. Mais recentemente temos Benicio Del Toro, Mark Ruffalo, Johnny Depp e Sean Penn.Charlie Chaplin disse, sobre Stanislavsky:O livro de Stanislavski, "A preparação do ator", pode ajudar todas as pessoas, mesmo longe da arte dramática." Stanislavski lutou por facilitar o trabalho do ator. Mas, acima de tudo, declarou:"Crie seu próprio método. Não seja dependente, um escravo. Faça somente algo que você possa construir. Mas observe a tradição da ruptura, eu imploro."

MAKING OF
Em cinema,é comum realizar-se um documentário para registrar todas as etapas da filmagem,desde a concepção até a estréia do fime nos cinemas.Estes documentários contém,também,entrevistas com os atores,diretor e profissionais que atuam nos bastidores.Muitos destes “making of” são lançados como “extras” quando os filmes são lançados em DVDs.Mais do que um simples registro tornam-se,muitas vezes,uma obra com vida própria.CONCLUSÃOAqui,tentei explicar um pouco para o espectador leigo,de modo simples e resumido, todas as etapas que abrangem a realização de um filme,antes que esse alcance as telas de cinema do mundo todo.Cinema é magia,encantamento....e para que esse encantamento chegue até nós,é necessário uma máquina e profissionais talentosos e conscientes por trás das câmeras.Esses profissionais invisíveis são nossos condutores para dentro desse mundo tão fascinante e rico de possibilidades...FONTE de PESQUISA:Wikipedia

Cinema e Moda II

Como já dissemos,Cinema e moda é um casamento dos mais felizes no universo pop. Enquanto estilistas bebem na fonte de Hollywood e adjacências para turbinar suas passarelas, filmes visitam os salões da moda para contar suas histórias,como os já citados aqui "O Diabo veste Prada" , "Pret-à-porter" e o mais recente deles,"Maria Antonieta",de Sofia Coppola.

Assim como a moda tem seu panteão de deuses, o figurino de cinema também possui seus eleitos. São os mestres do guarda-roupa, capazes de estabelecer mitos e imprimir imagens antológicas. A seguir, cinco nomes, do cinema mudo até hoje, que se destacam não só como colaboradores de grandes cineastas, mas como criadores de momentos clássicos e looks que todo mundo um dia quis copiar.

O costureiro: Adrian (1903-1959)

Mais do que simples roupas de cena, o americano Adrian era célebre por criar elaborados trajes de gala (“gowns by Adrian” era como costumava ser creditado) que ajudaram a forjar mitos como Katherine Hepburn, Joan Crawford, Jean Harlow, Norma Shearer e, sua favorita entre todas, Greta Garbo. Por isso, foi o maior figurinista dos anos dourados de Hollywood.Nos anos 20, Adrian estudou design em Nova York e artes plásticas em Paris, onde tomou contato com o mundo da moda. Suas principais armas eram um aguçado senso de estilo, talento para a modelagem com materiais nobres e profundo conhecimento da silhueta feminina. O que seus colegas procuravam disfarçar, ele acentuava. Assim, envelopou a mignon Jean Harlow em longos vestidos fluidos de cetim brilhante, transformando-a na Vênus platinada. E nunca evitou exageros (golas de pele, crinolinas com babados e trajes masculinos) para vestir a deusa de 1,75m Greta Garbo, em todos os filmes.
Seu reinado terminou com os orçamentos minguados e os filmes menos luxuosos da Segunda Guerra. Durante dez anos, de 1942 a 1952, teve sua própria butique em Beverly Hills, até que um ataque cardíaco o fez mudar-se com a mulher, a atriz Janet Gaynor, e o filho para o Brasil, onde viveu até ser convocado pela Broadway para vestir o musical “Camelot”. Infelizmente, o coração falhou novamente e ele saiu de cena em 1959, sem nunca ter recebido um Oscar. Além dos filmes de Garbo, seus grandes momentos incluem “Maria Antonieta” (1938), “O Mágico de Oz” (1939), “The Women” (1940) e “Festim Diabólico” (1948).

A superstar: Edith Head (1897-1981)

Edith Head impressiona pelos números: mais de 500 filmes (ela dizia ter assinado 1.000), 35 indicações ao Oscar, 8 estatuetas e o vestido mais caro de Hollywood. E tudo começou com um blefe. Em 1927, a professora de francês num colégio feminino se apresentou para um cargo no departamento de figurinos dos estúdios Paramount. Não sabia desenhar nem costurar, mas levava uma pasta com croquis feitos por suas alunas. Foi contratada no ato e revelou-se tão dedicada e profissional que assumiu como figurinista-chefe até 1967!Seu primeiro gol foi o sarongue de Dorothy Lamour, em “The Jungle Princess” (1936), copiado no mundo inteiro. Depois veio o vestido com cauda de vison (US$ 50 mil no câmbio de 1943) para Ginger Rogers no musical “Lady in the Dark”. Mais tarde, os figurinos de “A Malvada” (1950), que lhe rendeu um de seus Oscars. Para ter crédito no chique de Audrey Hepburn, assinou sem a menor cerimônia os vestidos feitos por Givenchy, em Paris, para “Sabrina” (1954), e ganhou outro Oscar.Dona de um estilo sóbrio, soberbamente fotografado em technicolor, sua melhor vitrine ainda são os filmes de Hitchcock dos anos 50 e 60: “Janela Indiscreta”, “Um Corpo que Cai”, seu favorito, “Ladrão de Casaca” e “Os Pássaros”. Nos anos 2000 ressuscitou como estampa de selo dos correios do EUA e inspiração para a impagável Edna Moda, do filme de animação “Os Incríveis” (2004).

Il maestro: Piero Tosi (1927)

Uma unanimidade tanto entre colegas de métier quanto entre fashion designers. Valentino e Giorgio Armani mais de uma vez renderam homenagem ao figurinista que eles chamam de “maestro”. Trabalhando com os três grandes do cinema italiano -Visconti, Fellini e Pasolini-, Piero Tosi revelou talento inigualável para recriar figurinos de época com precisão histórica. O guarda-roupa de “Medéia” (1969), de Pasolini, e “Satyricon” (1969), de Fellini, são algumas de suas criações célebres.Mas foi nos filmes de Visconti -com quem estreou no cinema em “Belíssima” (1951)- que Tosi deixou sua maior e melhor marca. Foi ele quem criou os figurinos de “O Leopardo” (1963). Somente o vestido branco de Claudia Cardinale, na seqüência do baile, já vale a visita. A mesma grandiosidade surge no retrato belle époque de “Morte em Veneza” (1961) e na delirante corte de “Ludwig - A Paixão de um Rei” (1972). Igualmente brilhantes são suas incursões no século 20, como em “Matrimônio à Italiana” (1964), “Arabella” (1967), “O Porteiro da Noite” (1974) e na série “A Gaiola das Loucas” (1978-1985).

A rainha punk: Milena Canonero

Na Londres do futuro imaginada por Stanley Kubrick em “Laranja Mecânica” (1971), um grupo de jovens arruaceiros vestem-se com velhas roupas brancas, suspensórios, abotoaduras em forma de globo ocular ensangüentado, coturnos e chapéu coco. Tudo obra da italiana Milena Canonero, em sua primeira incursão como figurinista de cinema.Ela praticamente antecipou o punk em cinco anos e na cor errada - punks amam o preto. Em seguida, Kubrick a enviou em uma viagem pelo século 18. Durante dois anos Milena freqüentou leilões de roupas da época e estudou a pintura do período - principalmente Gainsborough - para conceber “Barry Lyndon” (1975), um dos mais bem vestidos filmes de época de todos os tempos.Foi seu primeiro Oscar (dividido com a assistente Ulla-Britt Söderlund). O segundo veio em 1981, com “Carruagens de Fogo”. Agora ela assina o filme fashion da temporada, “Maria Antonieta”, de Sofia Coppola. A fita foi mal recebida no Festival de Cannes, mas ninguém reclamou dos modelitos da rainha adolescente correndo por Versalhes ao som do New Order.

Glam rock: Sandy Powell (1960)

Uma verdadeira rebelde, Sandy Powell acha a moda um tédio “porque são apenas roupas”. Sua estréia no cinema foi com o alternativo Derek Jarman em “Caravaggio” (1986), mas chamou atenção mesmo com “Orlando” (1982), viajando da Inglaterra elizabetana aos anos 20 sem perder a batida rock’n’roll da versão de Sally Potter para o clássico de Virginia Wolf.Depois repetiu a dose “túnel do tempo” em “Entrevista com o Vampiro” (1994). Recebeu indicações para o Oscar com a Londres vitoriana de “Nas Asas da Paixão” (1997) e a cena glam rock de “Velvet Goldmine” (1998). Mas ganhou mesmo com “Shakespeare Apaixonado” (1998) e “O Aviador” (2004), onde refez um Adrian para Jean Harlow (Gwen Stefani) em cetim, vison branco e orquídeas. Não podemos esquecer também a ousada bandida de Cameron Diaz em “Gangues de Nova York” (2002), que mistura Japão (quimono), França (corselet) e Espanha (xale de franjas) no mesmo modelito, quando serve de alvo para um atirador de facas. Bravo!

FONTE de PESQUISA:http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/moda18/mo1108200609.shtml

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

FIGURINOS...

Continuando nossa explanação sobre a parte técnica de um filme,falaremos sobre o figurino.O figurinista deve conhecer muito bem a história a ser contada, pois o figurino revela muito dos personagens. Para elaborá-lo, o figurinista necessita levar em conta uma série de fatores, como a época em que se passa a trama, o local onde são gravadas as cenas, o perfil psicológico dos personagens, o tipo físico dos atores e as orientações de luz e cor feitas pelo diretor de arte.O figurino é mais do que uma simples veste, pois possui uma carga, um depoimento, uma lista de mensagens implícitas visíveis e subliminares sobre todo o panorama do filme.Possui,também,uma função específica dentro do contexto e perante o espectador.

Por exemplo,através do figurino,o espectador pode perceber a que classe social o personagem pertence assim que este surge na tela.Demonstra,também,muito da personalidade do personagem,seu modo de vida. O espectador,ao olhar o conjunto, faz a identificação imediata da situação ou do simbolismo do personagem dentro do filme,junto com os outros elementos cênicos, e assim, pode captar a cena sem que nenhum som seja emitido.Tais elementos influem e contribuem juntamente com o cenário e iluminação para a compreensão da cena.Enfim, o figurino é parte essencial de um filme, pois através dele se cria uma linguagem de formas, cores, texturas; transmite-se a época, a situação econômica política e social, indica a região ou cultura, estilo do personagem, estação climática, aspecto psicológico,todos os elementos necessários à compreensão do todo.Relação do figurino com os elementos da narrativa:

Espaço-tempo:

O figurino faz parte do conjunto de significantes que molda os elementos tempo e espaço: para nos convencer que a narrativa se passa em determinado recorte de tempo, em um certo período da história (presente, futuro possível, passado histórico etc.), época do ano , hora do dia (noite, manhã, entardecer) .Pode também demonstrar a passagem desse tempo. Quanto ao espaço, o figurino ajuda a definir (ou tornar imprecisa) a localidade geográfica onde a história se passa.O tempo pode ser definido ,com o auxílio do figurino ,em modo sincrônico ou diacrônico.No modo sincrônico, o figurino “molda o ponto histórico em que a narrativa se insere”: resgatando com exatidão e cuidado as vestimentas da época que o filme visa retratar,ou inserindo o filme em um determinado contexto histórico, procedendo a uma estilização que prevalece sobre a precisão, criando uma atmosfera menos real e mais manipulável, atemporal.

No modo diacrônico, a passagem do tempo é mostrada com auxílio da troca de indumentária dos personagens em meio à evolução do filme. Não são apenas os tempos distantes que são retratados pelo vestuário de um filme: o figurino também serve para definir a contemporaneidade do mesmo, e, eventualmente, como documentação histórica da moda da época retratada, seja como relator, seja como inventor que influenciará a moda de seu tempo.

Personagem:

O figurino serve à narrativa para ajudar a diferenciar (ou tornar semelhante) os personagens, e identificar em que arquétipo (clichê e estereótipo) se encaixam. O figurino, muitas vezes, serve como elemento para identificar o personagem e separá-lo da persona do ator que o interpreta.

Elementos de um figurino:

Os elementos básicos que compõem a elaboração de um figurino são:-Estilo,que pode ser classificado em: realista(comporta todos os figurinos que retratam o vestuário da época em que se passa o filme com precisão histórica); para-realista(o figurinista inspira-se na moda da época para realizar seu trabalho,mas a preocupação com o estilo e a beleza prevalece sobre a exatidão pura e simples); simbólico(quando a exatidão histórica perde completamente a importância e cede lugar para a função de traduzir simbolicamente caracteres, estados de alma, ou, ainda,criar efeitos dramáticos ou psicológicos).-Cores: expressam sensações e podem definir um contexto com muitos significados. Através das cores pode-se detectar o estado de espírito (alegria,tristeza...) e o gênero no qual a peça/filme está inserido (drama, comédia etc).
-Volume: produções estilizadas podem ser utilizadas de formas exageradas para enfatizar uma cena. Por exemplo, o volume é utilizado para ressaltar aspectos do corpo de um ator,como uma barriga saliente, em uma comédia.-Textura: através das texturas, pode-se demonstrar algo sobre o personagem,a que classe social a que pertence,por exemplo.-Contexto e ambiente:notemos que o figurino corresponde ao contexto pedido na cena, observando sua ambientação cultural e temporal.-Silhueta:é o que insere o figurino temporalmente.

-Movimento da roupa e do personagem: o figurino deve não apenas possuir movimento próprio para assim prender o olhar do espectador ao traçar seu caminho no filme ou no palco, como condizer com as necessidades de movimentação do personagem. -Elemento de destaque: para a construção do personagem, muitas vezes, um elemento de destaque a ser priorizado na concepção do figurino é utilizado.O elemento de destaque é observado pelo espectador através de conceitos como:-Contraste: entre cores, cenário, personagens, elementos antagônicos.-Exagero: excesso de freqüência de certo elemento, excesso de volume etc.-Ordem de aparição: primeiro elemento a ser notado pelo público.-Ausência: a falta de certo elemento na cena(ausência de roupas,por exemplo);-Deslocamento: Colocar um objeto do figurino em determinado local onde não estaria na realidade.


Concluindo,o figurinista interpreta e idealiza o que se exige para o figurino, desenvolve a pesquisa, cria os croquis, pode reelaborar figurinos já existentes, coordena a equipe de produção e organização do guarda-roupa. É necessário que o profissional tenha noções de cenografia, teatro, expressão corporal, iluminação, noções de espaço, arte, além de como se criar um traje,desenvolvimento de croquis, desenho técnico, modelagem, conhecimento sobre tecidos, acessórios, costura, etc.FONTE de PESQUISA:Wikipedia

Cinema e Moda

Segundo estudiosos,a Moda no Cinema nasceu em Hollywood.Foi o cinema americano clássico que melhor soube incorporar, antes que o europeu, a criação de moda...

Foram os grandes estúdios americanos que impuseram a divinização da moda, através das divas,grandes atrizes,glamurosas, que já não existem.
Isso aconteceu,também, porque os estúdios precisavam que os filmes tivessem sucesso comercial. Graças a elas, os filmes triunfavam. O comercial uniu-se ao artístico.

A ideia da moda no cinema nasceu em Hollywood nessa altura, juntamente com a ideia da diva. Porém,os grandes filmes históricos e de época, com o seu guarda-roupa abundante e vistoso,não contribuiram para a moda. Por exemplo, A Rainha Cristina, com Greta Garbo, não deu origem a nenhum movimento de moda, ao contrário de outros filmes passados no presente da época.

Tanto o cinema pode influenciar a moda,como o contrário pode acontecer:a moda das ruas ser retratada em um filme contemporâneo,por exemplo.

Um exemplo de um ícone que melhor representa esta ligação entre moda e cinema é Audrey Hepburn.Desde A Princesa e o Plebeu , lançado em 1953, Audrey se transformou em uma diva fashion , título que manteve por anos, em clássicos como Sabrina e Cinderela em Paris . Este último trata especificamente do mundo da moda e conta a história de uma vendedora de livros descoberta por um fotógrafo, interpretado por Fred Astaire, que decide transformá-la em uma modelo.
Da década de 50 para cá, inúmeras figuras povoaram nosso imaginário . Em 1994, Prêt-à-Porter , de Robert Altman, nos deixa a par do lado absurdo e grotesco do mundo da alta-costura. Com um elenco estelar, incluindo os veteranos Marcello Mastroianni e Sophia Loren, além de Kim Basinger, Julia Roberts, Tim Robbins, entre outros, vemos a aura de um universo inatingível se dissolver. O filme é uma sátira e beira o excesso, mas diverte ao mostrar o outro lado da moeda.
Em “O Diabo Veste Prada”, chega a existir uma certa reflexão a respeito dos exageros dos fashionistas, mas o espectador sai deslumbrado pelos figurinos,o que também acontecia com os filmes de Audrey Hepburn.

Fonte:http://www.rabisco.com.br/92/o_cinema_da_moda.htm

Consulte,também,o tópico sobre esse assunto em nossa comunidade:

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=78328377&tid=5294140675227908387

domingo, 25 de janeiro de 2009

CONTINUIDADE...

A seguir,mais algumas informações técnicas sobre a realização de um filme.Comecemos falando pela Continuidade,que nada mais é do que proporcionar ao espectador a “consistência” das características de pessoas, objetos, lugares e eventos,isto é,organizar as cenas,formando uma série de eventos contíguos que ocorrem no mesmo “universo”.Como já dito anteriormente,as cenas não são gravadas na ordem em que surgem na tela,após a montagem.É trabalho do continuísta cuidar da veracidade e sequência lógica das cenas.Por exemplo,se o ator está com uma blusa vermelha em determinada cena,em sua continuação(gravada,até mesmo,dias depois),ele deverá estar com o mesmo figurino.Simplificando,isto é o trabalho do continuista.

Cenografia!...

Cenografia é a arte, técnica e ciência de projetar e executar a instalação de cenários para espetáculos. Alguns autores confundem com um segmento da arquitetura. Entretanto, a arquitetura cênica ou arquitetura cenográfica ocupa-se mais especificamente da geração dos cenários arquitetônicos internos ou externos.A cenografia é parte importante do espetáculo, pois conta a época em que se passa a história, o local ... pelo cenário podemos identificar a personalidade dos personagens.A cenografia,em um filme, é trabalho da direção de arte,após a produção(já discutida aqui) ter obtido as condições reais para que essa etapa da filmagem se concretize.A direção de arte é uma das áreas mais importantes na produção visual de um filme, junto com a fotografia. Como exemplo, temos a construção visual dos personagens e a ambientação dos locais onde a trama acontece, dois elementos fundamentais na composição visual de um filme e que pertencem à direção de arte.


Fotografia!...

O Diretor de Fotografia ou simplesmente fotógrafo, é o responsável pela imagem de um filme. Como todo o filme é uma projeção de imagens fotográficas, sua participação é extremamente relevante, pois o resultado estético do filme no que diz respeito à imagem projetada é de concepção, criação e realização dele junto com sua equipe de trabalho. Ele deve participar das reuniões de pré-produção com o diretor, produtor e diretor de arte, a fim de que as diretrizes estéticas sejam estabelecidas e ele então possa designar os melhores técnicos, equipamentos e materiais sensíveis (filmes) para que o resultado seja condizente com a proposta do filme.O diretor de fotografia trabalha sempre com uma equipe personalizada, pois a harmonia entre seus membros é fundamental para que a filmagem seja rápida e eficiente. Estes membros incluem, normalmente ,dois assistentes de câmera, um assistente de iluminação, eletricista, maquinista e operador de câmera.


O fotógrafo é o responsável por todo o design da luz do filme, ou seja, ele concebe as características estéticas dos tipos de iluminação para cada plano, bem como eventuais efeitos de filtragem na luz ( gelatinas nos refletores ou filtros na câmera), para obter colorações específicas na luz ou mesmo balanceá-las; considera as relações de contraste da luz e do filme e diz qual a exposição correta para cada plano filmado. Participa também ativamente da pós-produção do filme, fazendo o que se chama marcação de luz, ou seja, quando o filme está pronto e será feita a primeira cópia completa, ele vai ao laboratório e marca todos os planos com determinada filtragem, a fim de balancear todas as luzes e cores para que a cópia não saia desigual (isso acontece porque os planos são filmados com situações adversas e diferentes de luz e/ou filmes, e as cópias de cada rolo apresentam diferenças marcantes na luz e na cor). Depois a cópia é projetada, e só é liberada para exibição pública com a aprovação dele.

A equipe de fotografia, por seu papel de máxima importância, deve estar sempre atenta e interessada, ter afinidades entre si e com os demais membros da equipe de filmagem, pois todos os problemas da produção passam, em maior ou menos grau, para a tela se não forem bem administrados.Há casos de diretores de fotografia que se tornaram diretores,tamanha a sua importância e conhecimento técnico na realização de um filme.FONTE de PESQUISA:Wikipédiahttp://www.mnemocine.com.br/cinema/odf.htm

CInema e atualidade

O cinema,como transmissor de conhecimento,tem também a função de retratar problemas e acontecimentos atuais,para proporcionar ao espectador a oportunidade de pensar sobre determinado assunto,guiado pela visão do diretor/roteirista.

Atualmente,muitos filmes tem sido produzidos abordando problemas como os conflitos no Oriente Médio,atentados,problemas no Continente Africano,violência nas ruas do Brasil,etc.

Citarei aqui,como exemplo,o documentário "Novo Século Americano"-
Il nuovo secolo americano
Direção: Massimo Mazzucco
Roteiro: Massimo Mazzucco

Sinopse: Após apresentar as inconsistências da versão oficial dos atentados de 11 de setembro no documentário "Engano Global", em "Novo Século Americano" o diretor Massimo Mazzucco aborda os bastidores históricos, filosóficos e econômicos dos ataques terroristas de 2001, sugerindo que eles não foram perpetrados por terroristas muçulmanos, mas concebidos e orquestrados pela própria administração americana que estava no poder à época dos eventos. Esse documentário foi adquirido por Fernando Meirelles e distribuido no Brasil pela produtora O2 filmes.

Após a posse do presidente Barack Obama e do fim dos oito longos anos da era Bush, ainda há muito o que discutir em torno do episódio que marcou toda administração do chefe de Estado republicano. É o que o cineasta Fernando Meirelles espera ao comprar os direitos do documentário Novo Século Americano, do diretor italiano Massimo Mazzucco, que toca na ferida deixada pelos episódios de 11 de setembro de 2001 com a tese de que os ataques terroristas não teriam sido planejados pelos mulçumanos, mas sim pela administração norte-americana que estava no poder na época do episódio. Adquirido pela O2 Filmes, do diretor Fernando Meirelles, o longa será distribuído com o auxílio da MovieMobz, que vai lançá-lo nos cinemas na coletânea I Love War, junto com Um Táxi Para a Escuridão, documentário vencedor do Oscar 2008, que mostras as torturas praticada pelo exército norte-americano no Iraque, Afeganistão e Guantánamo.Através de uma investigação dos bastidores políticos, históricos e econômicos dos ataques, Mazzuco, segundo Meirelles, mostra como o governo norte-americano criava episódios que justificavam a entrada do país em várias guerras que participaram neste último século."É um dos documentários mais impactantes que eu já vi. (...) entrei no cinema com um natural ceticismo a respeito da tese que ele defendia. Aos poucos fui ouvindo depoimentos de generais, pessoal da CIA ou gente do governo, e comecei a colocar em dúvida minha certeza sobre o absurdo da tese", declarou Meirelles.


Não é a primeira vez que Mazzuco toca no vespeiro do 11 de setembro. Em Inganno Globale, de 2006, ele apresentou as inconsistências da versão oficial dos ataques. A diferença deste para Novo Século Americano é que, de acordo com Meirelles, o segundo apresenta uma revisão histórica da política dos Estados Unidos. Mazzuco também é o editor responsável do Luogo Comune, um site italiano de notícias centradas nos eventos que culminaram na discutível "guerra ao terror" perpetuada pelo presidente Bush. A Internet é, aliás, a matéria-prima de Mazzuco, já que seu documentário foi feito a partir de várias imagens e informações retiradas da rede. Isso comprova que além de ser uma voz política importante e ativa, é um cineasta ligado nos novos tempos. FONTE:http://www.cinemaemcena.com.br/Ficha_Filme.aspx?ID_NOTICIA=27056&ID_FILME=8588&aba=cinenews

Mais informações sobre o assunto,consulte o tópico em nossa comunidade:

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sábado, 24 de janeiro de 2009

EFEITOS ESPECIAIS!...

Continuando nossa explanação sobre as técnicas empregadas na realização de um filme,hoje vamos abordar os Efeitos Especiais,que são técnicas utilizadas para se realizar cenas que não podem ser obtidas de modo “real”.Os Efeitos Especiais são designados pelas siglas,em inglês, SPFX, SFX ou simplesmente FX.Tais técnicas podem ser empregadas,também,para a obtenção de cenários dispendiosos,como um castelo medieval,por exempo.Com o advento da computação gráfica,esses recursos são infinitos.Pode-se dizer que,por mais absurdo que parecer a vontade do roteirista e do diretor,tudo é possível através dos efeitos especiais.Existem muitas técnicas diferentes de efeitos especiais, indo dos tradicionais efeitos teatrais (como os dos "Espetáculos da Restauração" ingleses de fins do século XVII), através das técnicas cinematográficas clássicas inventadas no início do século XX, tais como fotografia aérea e impressão ótica, até a moderna computação gráfica,já citada.

Freqüentemente, diferentes técnicas são utilizadas em conjunto numa única cena ou tomada para atingir o efeito desejado.Efeitos especiais são divididos em dois tipos. O primeiro tipo é o dos efeitos óticos (também denominados efeitos visuais ou fotográficos), os quais se baseiam na manipulação de uma imagem fotografada. Efeitos óticos podem ser produzidos ou de forma fotográfica (isto é, através de impressão ótica) ou visual (isto é, computação gráfica). Um bom exemplo de um efeito ótico poderia ser uma cena de “Jornada nas estrelas”,mostrando a USS Enterprise voando através do espaço.Os efeitos óticos abrangem os efeitos visuais em 2 e 3 Dimensões(raios laser,apagamento digital de fios,postes de iluminação,clonagem de imagens,etc),estes obtidos através de programas de computação sofisticados(tutoriais do Blender 3D, Adobe Photoshop, Lightwave 3D, 3D Studio Max, etc.).

O segundo tipo é o dos efeitos mecânicos (também chamados efeitos práticos ou físicos), os quais são obtidos durante filmagens ao vivo. Eles incluem adereços ou objetos de cena(por exemplo,as espadas de sabre utilizadas em Guerra nas Estrelas), cenários( a construção dos mesmos,efeitos atmosféricos—chuva,neblina) e pirotecnia( noções de como simular tiros de armas, fumaça, fogo e tiros no corpo ,usando pirotécnica ou ar comprimido).Mas,antes desses efeitos especiais se concretizarem na tela,é necessário um cuidadoso planejamento anterior.Todas as idéias passam antes para o papel,através de storyboards e desenhos conceituais das ações do filme onde serão aplicadas as técnicas de efeitos especiais.Uma outra técnica bastante utilizada e que dispensa programas de computação sofisticados é a miniaturização:desenhos esquemáticos são elaborados para a posterior construção de naves especiais(como as de Guerra nas Estrelas, Jornada nas Estrelas, Aliens, etc).

Tais miniaturas podem ser de papel (naves, aviões, foguetes, satélites, carros, motos, caminhões, locomotivas, trens, navios, etc.), mas passam por pintura e acabamento,para tornarem-se o mais real possível.São utilizadas em filmes-catástrofe,por exemplo,onde há explosões de carros,acidentes impressionantes....Muitas vezes,essas cenas são realizadas através da miniaturização.O campo dos efeitos especiais é vastíssimo e complexo.Aqui,dou apenas noções das técnicas utilizadas.Vale ressaltar,porém,que tais técnicas são válidas para filmes de ficção,terror....mas o cinema,o bom cinema,independe de tais efeitos.A principal função do cinema é contar uma boa história,envolver o espectador,como se aquilo exibido na tela fosse,de fato,real.E o veículo para exprimir tais emoções são os atores.Em breve,falaremos sobre atuação.

EXEMPLOS DE EFEITOS ESPECIAIS:

MATRIX: trilogia norte-americana e australiana ,a primeira parte realizada em 1999, dirigida pelos irmãos Wachowski e protagonizada por Keanu Reeves,foi um marco nas inovações em efeitos especiais e acabou por criar diversos clichês utilizados posteriormente em filmes de ação,como as imagens de projéteis se deslocando dentre ondas,em câmera lenta.O filme conta com os efeitos especiais mais complicados (e caros) de Hollywood como o bullet time, que congela a cena e dá um giro por ela. Outra coisa interessante é que não foram usados dubles.

Uma cena impressionante e marcante é a luta coreografada dos atores,que literalmente parecem voar em cena.Aqui ,utilizou-se a técnica do “cromaqui”,um fundo de tela azul,e os atores pendurados por ganchos,sendo içados para cima e para baixo,realizando movimentos coreografados.Depois,através de técnicas de colagem,um outro fundo,previamente gravado,é inserido na cena,dando o efeito desejado.**Curiosidade:O processo de cromaqui ou fundo azul, criado no final dos anos 30, permaneceu basicamente inalterado por décadas. Um ator era filmado em um palco diante de uma parede ou pano azul ou verde, e então uma cena de fundo diferente era filmada. Os técnicos removiam a cor do fundo com uma máscara, produziam transparências positiva e negativa, sobrepunham manualmente as fitas e as projetavam em um filme virgem – criando assim a cena composta final. Esse exercício de “impressão ótica” era trabalhoso e caro, mas eficaz. .

Apenas em meados dos anos 90 é que entrou em cena um processo totalmente computadorizado, pelo qual um programa converte os quadros do filme em arquivos digitais e permite que os artistas os manipulem . Os cineastas prontamente abraçaram a técnica por ser mais rápida, barata e refinada. Hoje, a maioria dos filmes é montada digitalmente.No entanto, os editores ainda precisam supervisionar o procedimento, corrigindo cores e acertando os contornos para que os espectadores não percebam aparições fugazes. Apesar da tecnologia, o processo ainda é uma forma de arte e exige o toque humano. O sucesso nos grandes estúdios gerou programas mais simples para fãs de vídeo digital e doméstico, como o Final Cut 6 e o Avid Xpress. Os produtos “quase equivalem a um sistema de edição e efeitos especiais de US$ 30 mil, em um pacote de software que sai por US$ 1.200”, garantem os especialistas.Mais um recurso para os cineastas independentes...FONTE de PESQUISA:Wikipédia, http://cinemagia.wordpress.com/2008/03/18/cromaqu

Cinema e Teatro III

Kenneth Branagh

Kenneth Branagh já foi aclamado como o ''novo Lawrence Olivier'' por sua paixão e seu talento em suas diversas adaptações das obras de William Shakespeare, como ''Muito Barulho por Nada'', ''Henrique V'' e ''Othello''.
vieram
Sua paixão pelas artes dramáticas surgiu aos 15 anos, quando viu uma apresentação do ator clássico Derek Jacobi – não por um acaso, interpretando ''Hamlet'', texto de Shakespeare (Jacobi, aliás, viria a se tornar parceiro de Branagh em diversos filmes). Desde então, Branagh estudou e atuou o quanto pode e, aos 18, conseguiu ingressar a prestigiada Royal Academy of Dramatic Arts (RADA), em Londres.À vontade no ambiente da RADA, Branagh deslanchou. Suas performances atraíram cada vez mais as atenções de colegas, professores e críticos, e, no papel de Hamlet, ele ganhou o principal prêmio da escola, o Bancroft Award.
para Branagh não era suficiente. Seu prestígio aumentou ainda mais quando conseguiu entrar na seletíssima Royal Shakespeare Company. Era a máxima realização de um fã fervoroso do Grande Bardo, mas o sonho durou por pouco tempo. Não porque Branagh não fosse talentoso o suficiente – ele continuava recebendo elogios unânimes – mas porque achava tudo muito burocrático. Branagh era um empreendedor, e acabou saindo da RSC para fundar a Renaissance Theatre Company. A RTC começou humilde e, por vezes, foi considerada uma decepção pela crítica teatral. Mas, aos poucos, foi reunindo um elenco fixo fenomenal, que incluía Judi Dench (''Shakespeare Apaixonado''), Emma Thompson (''Razão e Sensibilidade''), Richard Briers e Derek Jacobi. Quando se tornou um grande diretor de cinema, Branagh carregou os colegas consigo – todos eles são figurinhas fáceis em seus filmes.
Já em Hollywood,realiza a adaptação de Shakespeare ''Muito Barulho por Nada''. Este último é considerado um dos melhores filmes de Branagh, por sua leveza, ótimas interpretações e um senso estético fiel à poesia do Grande Bardo. Com ''Muito Barulho por Nada'', já dava para observar o cacife de Branagh: ele conseguiu para seu elenco Denzel Washington, Keanu Reeves, Michael Keaton, Robert Sean Leonard e Kate Beckinsale.

Depois desse,vieram as outras adaptações:"Hamlet","Henrique V",como diretor.E "Othello" e "Ricardo II",apenas como ator.

Como já discutimos aqui,o teatro,Shakespeare em especial,fornece vasto material para o cinema.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

DECUPAGEM...

Continuando a falar sobre as etapas técnicas da realização de um filme,vamos falar sobre o processo da decupagem. Do francês découpage, derivado do verbo découper, (recortar) significa, originalmente, o ato de recortar, ou cortar dando forma.Em cinema e audiovisual, decupagem é o planejamento da filmagem, a divisão de uma cena em planos e a previsão de como estes planos vão se ligar uns aos outros através de cortes.O termo decupagem começou a ser usado em cinema na década de 1910, com a padronização da realização dos filmes, e designava a princípio um instrumento de trabalho, o "roteiro decupado" ou "roteiro técnico", último estágio do planejamento do filme, em que todas as indicações técnicas (posição e movimento de câmara, lente a ser utilizada, personagens e partes do cenário que estão em quadro, etc.) eram colocadas no papel para organizar e facilitar o trabalho da equipe.Esta seria a decupagem como “roteiro técnico”.

A partir da década de1940,a palavra decupagem passa a designar a estrutura do filme como conjunto ordenado de planos.A partir dai,cria-se,então,na França,a noção de decupagem clássica, oposta à do cinema fundado na montagem.Tal definição de decupagem é retrabalhada pela corrente neoformalista, nos anos 1960.Considerando o filme como uma série de fatias de espaço (o enquadramento de cada plano, fixo ou em movimento) e de fatias de tempo (a duração de cada plano), constrói-se um significado cumulativo para sua noção de decupagem: - a planificação por escrito de cada cena do filme, com indicações técnicas detalhadas; -o conjunto de escolhas feitas pelo realizador quando da filmagem, envolvendo planos e possíveis cortes;- "a feitura mais íntima da obra acabada, resultante da convergência de uma decupagem no espaço e de uma decupagem no tempo".


Vale salientar que nos anos 1950-1960, a noção de decupagem, com estes três sentidos sobrepostos, só existia em francês.Nos EUA, por exemplo,o cineasta era obrigado a pensar em marcação (set-up) e montagem (cutting), como dois processos separados.Ou seja: a decupagem de um filme, ou de cada cena de um filme, é um processo que começa na planificação, se concretiza na filmagem e assume sua forma definitiva na montagem.

MONTAGEM

Montagem ou edição é um processo que consiste em selecionar, ordenar e ajustar os planos de um filme ou outro produto audiovisual a fim de alcançar o resultado desejado - seja em termos narrativos, informativos, dramáticos, visuais, experimentais, etc.

Em geral, a montagem é realizada pelo montador, em um equipamento compatível com a tecnologia empregada na realização do produto, sob a supervisão do diretor ou, em alguns casos, do produtor.Como é realizada após a filmagem, a montagem é um processo de pós-produção e durante muito tempo foi considerada como o único processo original do cinema,o que o diferenciava das outras artes.Sabemos que a filmagem é realizada fora da ordem em que as cenas aparecerão na tela,após todo o processo concluído.Portanto,o trabalho do montador será o de compreender todo o roteiro do filme, ler as planilhas de produção (geralmente feitas pelo assistente de direção) e então, em um primeiro corte, colocar todos os planos em ordem da maneira como prevista pelo roteiro, eliminando planos errados ou que não devem ir para a versão final do filme.
Em um segundo corte, ou seja após o filme estar na ordem da trama do roteiro, o montador, o assistente ou assistentes de montagem e o diretor, trabalham no afinamento do produto audiovisual, dando ritmo e outras características que o diretor achar necessário.Erros de continuidade são resolvidos nesta etapa.

O trabalho do montador é árduo,exige conhecimento técnico e artístico do profissional, para que este auxilie o diretor na escolha de melhores enquadramentos e selecção de sequências que devem ser cortadas ou adicionadas, assim como na duração de planos e cenas. É uma etapa demorada,que pode levar até três vezes o tempo gasto na filmagem,devido ao grande número de cortes de um filme,isso sem falar nos cortes para a sonorização da película.

SONORIZAÇÃO

A sonorização é parte fundamental de um filme mesmo antes do cinema falado. Até 1926, as sessões de cinema eram acompanhadas por música ao vivo, geralmente executadas por piano ou orquestras.Em 1927,produziu-se o primeiro filme falado,”O cantor de jazz”,mas o som era gravado em um disco à parte.Com o aperfeiçoamento da tecnologia, passa-se a empregar a gravação simultânea entre imagem e som sincronizado, registrado numa faixa lateral que acompanhava os fotogramas. Então,desenvolve-se um sistema que permite gravar o som sincronizado com as imagens, em uma película separada daquela que registrava essas imagens.

Atualmente, com a criação dos sistemas de som digitais, os estúdios de som fazem mixagem de até seis bandas de som para acompanhamento das imagens, possibilitando uma qualidade sonora extremamente realista.EFEITO SONORONa produção cinematográfica , um efeito sonoro é um som gravado e apresentado para fazer uma determinada narração da história sem o uso do diálogo ou de música. O termo geralmente se refere a um processo aplicado para uma gravação, sem necessariamente referir-se à gravação em si.Isto é,o efeito sonoro serve para ilustrar,enfatizar determinada ação ou cena exibida.

TRILHA SONORA

Já a trilha sonora é o conjunto das músicas utilizadas em um filme.Podem ser canções já existentes ou compostas especialmente para um filme.Muitas vezes,peças clássicas não conhecidas do grande público,popularizam-se ao se tornarem trilha sonora de uma produção,como,por exemplo,a sinfonia Assim falou Zaratustra, de Richard Strauss,trilha sonora de “2001,uma odisséia no espaço”. A música de um filme deve sempre estar em harmonia com o diálogo e a imagem, estabelecendo o tom do mesmo e,em geral,já existem,independentemente.Já a música incidental ou música original é composta especificamente para o filme.Algumas músicas tornam-se tão marcantes para determinado filme que,ao ouvi-las,nossa memória nos remete automaticamente às cenas daquele filme.”As time goes by”,por exemplo,virou sinônimo de “Casablanca”.Na próxima postagem,continuaremos a dar noções sobre a realização técnica cinematográfica.

Cinema e Teatro II-Dramaturgos brasileiros no cinema

Continuando a abordar o tema Cinema e Teatro,cito agora dois importantíssimos dramaturgos brasileiros que tiveram sua obra adaptada para o cinema:Plinio Marcos e Nelson Rodrigues.

Plinio Marcos teve sua peça "Dois perdidos numa noite suja" transposta por duas vezes para o cinema,a primeira vez,em 1970,com Emiliano Quairoz e Nélson Xavier.
E,em 2001,houve uma nova adaptação,dirigida por José Joffily e com Debora Falabella e Roberto Bomtempo no elenco.Esta adaptação foi premiada e com méritos...

Nelson Rodrigues possui uma vasta quantidade de peças transpostas para o cinema.Foi um dramaturgo conhecido por algumas famosas características em sua obra: o retrato da classe média baixa do Rio de Janeiro, a paixão pelo futebol, a crítica ao moralismo conservador, Freud etc.
Em sua época, Rodrigues causou escândalo. E, nos filmes, a representação desse efeito vai se dar de maneiras diferentes, influenciando uns e outros diretores de formas diversas.
Os filmes aqui citados são contemporâneos de Nelson e não muito distantes das obras que os originaram:
MEU DESTINO É PECAR de Manuel Pelufo (1952, o filme e 1944, a obra original), BOCA DE OURO de Nelson Pereira dos Santos (1962/1959), BONITINHA, MAS ORDINÁRIA de J.P. Carvalho (1963/1962), O BEIJO de Flávio Tambellini (1966/Beijo No Asfalto de 1960) e A FALECIDA de Leon Hirszman (1963/1965).
Ou seja, foram produzidos ainda no calor da repercussão das obras originais. Os cinco filmes podem ser divididos em dois grupos para fins de análise.

MEU DESTINO É PECAR e O BEIJO fariam parte do primeiro grupo e os demais do segundo.

MEU DESTINO É PECAR e O BEIJO mostram a obra de Nelson Rodrigues de uma forma sombria, beirando o bizarro, afastando-se do universo naturalista do autor e buscando aporte no expressionismo e no filme noir.

Mais informações,visite o tópico de nossa comunidade:

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA NO BRASIL!...

O trabalho de um produtor no Brasil é tarefa árdua,como a própria realização dos filmes.As pequenas produtoras,muitas vezes,passam por dificuldades financeiras por falta de recursos e incentivos.O produtor tem que se virar em mil para realizar todas as suas obrigações.Atualmente,a Internet facilita esse trabalho.Porém,com todas as dificuldades,o profissional da produção tem que ter amor e dedicação à arte cinematográfica,pois o retorno,muitas vezes,é nenhum e a concretização de seu trabalho,o filme realizado,demora para sair,isso quando o projeto não é engavetado.Neste mercado árido,algumas produtoras independentes se destacam,com sucesso,como é o caso da O2,de Fernando Meirelles,profissional oriundo da publicidade.Com o sucesso de “Cidade de Deus”sua produtora firmou-se como uma das mais importantes do cenário nacional.

O TRABALHO DA DIREÇÃO

Qual é exatamente o trabalho do diretor de cinema? Além de comandar a equipe e dirigir os atores, é essencialmente o diretor que estabelece a estética e a linguagem do filme,é o maestro,o responsável para que o filme saia do papel e se concretize em película.Um bom diretor deve ter conhecimento e interferir em todos os processos da realização de um filme: ter noções sobre as origens do cinema e o nascimento e desenvolvimento da linguagem cinematográfica;conhecer os elementos da linguagem cinematográfica;realizar a análise do roteiro literário;estudar a articulação do tempo e do espaço fílmicos;saber sobre decupagem e aspectos da montagem.

Além de todos esses aspectos técnicos,o diretor deve imprimir sua personalidade,sua marca em cada filme.Poucos conseguem realizar essa façanha,apenas osmelhores.Fala-se muito em “cinema de autor”,o que acontece,em geral,quando o diretor acumula as funções de roteirista e produtor,tendo total liberdade sobre sua obra.Pode-se dizer que o "cinema de autor" é tão somente aquele filme que mostra um trabalho criativo do diretor no contar da história, trabalho que se desenvolve para além do roteiro,o que ocorre no caso de profissionais criativos e de personalidade.Como exemplos contemporâneos de “cinema de autor” podemos citar Woody Allen,Martin Scorcese e Quentin Tarantino,entre outros.São diretores de talento,criativos,que souberam impor sua marca,sua assinatura,seu estilo a cada trabalho realizado.


Infelizmente,no mercado cada vez mais comercial e lucrativo da indústria Hollywoodiana,o diretor,com raras exceções,passou a ser apenas um empregado que segue as ordens de seu patrão,visando o lucro e não a qualidade.Mas para o alento dos cinéfilos,mesmo nos EUA,diretores independentes e de talento ainda conseguem se impor e sobreviver,como é o caso dos citados acima,dos irmãos Coen,de David Lynch.Há muito ainda a se discutir sobre o tema.O cinema é campo vastíssimo para estudo,análise e absorção de informações.Aqui,faço apenas um apanhado modesto sobre os aspectos que abordam essa arte tão rica e de infinitas possibilidades.Fonte de pesquisa:Wikipédia,Folha Ilustrada Online.

PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA!...

Vamos falar um pouco sobre a produção no cinema.A produção é o que faz o filme andar.Está presente em todos os setores da realização de um filme,desde a escolha do casting,figurinos,arte....enfim,tudo o que for imaginado pelo diretor e roteirista é tornado realidade pela produção.É um trabalho importantíssimo,mas invisível.Já disseram que a boa produção não se faz notar....quando percebemos o “dedo” da produçaõ é que algo falhou e o que vemos na tela não está “real”.


Por exemplo,em “A época da Inocência” ,de Martin Scorcese, a produção de arte é belíssima,mas faz-se notar pelo requinte dos cenários,banquetes da Nova York do século XIX.A produção cinematográfica não é um trabalho individual,requer uma equipe que trabalhe unida e de modo sincronizado para atender a todas as necessidades da filmagem.Seja em uma película de curta ou longa metragem,a produção é muito mais complexa do que pode imaginar o espectador ao pagar o ingresso de uma sessão. Envolve cálculos, estimativas, pedidos de autorização, negociação de direitos autorais, captação de recursos e coordenação de equipe técnica, entre outros aspectos muitas vezes não percebidos pelo grande público.

O diretor é o maestro de um filme,mas sua “orquestra” não anda se não houver uma máquina de produção bem azeitada por trás.Sintetizando, no campo do audiovisual, e particularmente no cinema, produção pode ser:• o conjunto de todas as fases necessárias para a realização de um filme ou produto equivalente; • apenas as fases intermediárias da realização audiovisual, as que se situam entre a pré-produção e a pós-produção, compreendendo basicamente a etapa de filmagem; • o trabalho ou a atividade do produtor cinematográfico; • (em algumas circunstâncias) sinônimo de filme, no sentido de produto audiovisual.

Produção de cinema requer muito planeamento e organização. Deve-se fazer um roteiro de tudo o que será necessário no set, desde alimentação até os equipamentos de iluminação e maquinaria.Entre os processos necessários para criação de um filme estão: criação do roteiro, storyboards com desenhos de todas as cenas para facilitar na preparação do set, planejamento, equipe técnica, elenco, preparação do set, cenários, captação das imagens internas e externas, filmagem, trilha sonora, edição, pós-produção, promoção e distribuição, além de muitos outros.Todas essas etapas,de um modo ou de outro,dependem da produçaõ propriamaente dita.

Shakespeare no Cinema

Filmes baseados em Shakespeare

Não podemos falar de Cinema e Teatro sem falar do bardo dos bardos,como Shakespeare ficou conhecido.Muitos filmes derivam de suas peças de teatro.Sir Laurence Olivier é,até hoje,o intérprete maior de seus personagens."Hamlet" foi magnificamente transposto para o cinema,tendo Vivien Leigh no papel de Ofélia.Produção de 1937 .

Na década de 90,Kenneth Brannagh também realizou diversas películas baseadas em sua obra...
Participou,como ator e diretor,de diversos filmes baseados em Shakespeare,a saber:

Henrique V
Muito barulho por nada
Othelo
Ricardo III-um ensaio
Hamlet

Ricardo III-um ensaio

Al Pacino apresenta a clássica história de William Shakespeare sobre poder, cobiça e traição, ao mesmo tempo que mostra os bastidores e o processo criativo de composição da peça. Com Winona Ryder, Alec Baldwin, Kevin Spacey, Kenneth Branagh, John Gielgud, Kevin Kline, Aidan Quinn e Vanessa Redgrave.Paralelamente é narrada a clássica história de William Shakespeare, se sobrepondo aos ensaios e as conversas entre os atores sobre qual é a melhor forma de encená-la, além de entrevistar pessoas nas ruas, perguntando o que sabem sobre Shakespeare.
Um modo muito criativo de se abordar Shakespeare,a utilização dessa metalinguagem,uma obra dentro de outra,o teatro dentro de um filme.Todo o processo de criaçaõ teatral transposto para o cinema.

Além dos citados,"A megera domada" ganhou versão cinematográfica,com Elizabeth Taylor e Richard Burton,direção de Franco Zefirelli,em 1967.

Mais recentemente,o diretor Franco Zeffirelli transpôs para as telas do cinema a clássica história de Hamlet, príncipe da Dinamarca que recebe a visita do fantasma de seu pai e busca se vingar por sua morte. Com Mel Gibson, Glenn Close, Helena Bonham Carter e Ian Holm. Recebeu 2 indicações ao Oscar.Produção de 1990.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Roteiro Cinematográfico!...

Aqui,pretendo discutir sobre os aspectos técnicos do cinema,apenas um esboço para conhecimento.Um filme é composto por diversas etapas:produção,roteiro,sonorização,decupagem,montagem,edição,legendagem,dublagem,trilha sonora,efeitos sonoros,continuidade,efeitos especiais.


Vamos começar falando sobre o roteiro.Um roteiro de cinema pode ser definido como uma tentativa sistemática e ordenada para prever o futuro filme. É uma previsão do que se concretizará,registrando a descrição, cena por cena, enquadramento por enquadramento e das soluções de todos os problemas técnicos e artísticos que se prevê para a realização do filme.A primeira coisa a ser desenvolvida por um roteirista é o argumento:a idéia trabalhada sobre a qual se desenvolverá uma sequência de atos e acontecimentos, que constituirão, futuramente, o roteiro,que é dividido em cenas,e é a base de um filme,o que dá origem a toda a obra.O roteiro é o texto do filme, geralmente originado no argumento, mas adaptado com falas e cenas, para ser filmado. É basicamente a transcrição da história de uma forma que possa ser montada e encenada.

Um bom roteiro original ou adaptado,é garantia de um bom filme:é a ferramenta, um discurso verbal e escrito que permite que o filme seja visualizado pela equipe. Antes desta visualização, há a imaginação e pesquisa, seguida da vivência do roteirista.O roteiro pode ser original,criado especialmente para aquele filme;ou adaptado de obras literárias ou teatrais.Neste caso,o trabalho do roteirista é transcrever e adaptar de uma linguagem para a outra.Consulte o item “Cinema e Literatura” para maiores informações sobre isso.Observe que o roteiro permite minimizar os riscos de perdas de investimentos e enredo, dando uma perspectiva ao diretor do quê e como pode ser filmado. Através do roteiro escrito há a possibilidade de calcular quantos atores, cenários, equipamentos e estúdios serão necessários e o financiamento para todos estes elementos.Um bom roteiro apresenta três partes essenciais que precisam estar bem desenvolvidas: personagem, estrutura e enredo.

O enredo é dividido da seguinte forma: Parte 1: a introdução do filme, delimitando os personagens e suas açõesParte 2: o desenvolvimento do filme, a confrontação, que se divide (através do ponto central) em duas partes. Parte 3 :define o filme, o desfecho da história.

Esta é a estrutura de um roteiro clássico.Mas há inúmeras possibilidades de criação de roteiros não lineares,iniciando-se pelo final,com idas e vindas,várias histórias paralelas que se intercalam...Um dos roteiristas mais criativos,atualmente,é Quentin Tarantino,que inovou desde sua estréia como roteirista e diretor,com “Cães de Aluguel”,sendo,inclusive, premiado com o Oscar de melhor roteiro original por “Pulp Fiction”.“Short cuts”,de Robert Altman,com suas 8 histórias paralelas,que se entrelaçam e “21 gramas “ ,com direção de Alejandro González-Iñárritu e roteiro de Guillermo Arriaga são outros exemplos bem-sucedidos de roteiros não convencionais.

Estrutura:Após o enredo ter sido desenvolvido,pensa-se na elaboração da estrutura narrativa, na criação dos personagens e descrição do cenário.A estrutura narrativa segue o padrão utilizado pela Literatura,apresentando-se três tipos de narrador:• Onisciente - quando tem conhecimento completo de toda a narrativa e todo os aspectos de cada personagem e situação; é o narrador mais comum na literatura clássica • Incluso ou Participante - quando participa da narrativa como um dos personagens; pode narrar em primeira pessoa ou apenas como observador • Oculto ou Ausente - quando não se mostra aparente.

Vale notar,aqui, que a indústria de Hollywood costuma utilizar uma estrutura narrativa rígida e simplificada em seus roteiros.Segundo estudiosos,por exemplo,os eventos de mudança de rumo nas tramas (plot points) estão sempre em pontos razoavelmente fixos na cronometragem dos filmes (aos 30 e aos 90 minutos, respectivamente). E isto, por sua vez, teria sido resultado de décadas de testes com o público na base da tentativa-e-erro.Personagens:Por muito tempo,nos enredos tradicionais,a criação dos personagens utilizou a divisão entre o bem e o mal,o mocinho e o bandido,o protagonista (herói) ,seu antagonista (o vilão),sem esquecer da mocinha,o par romântico.

Essa visão maniqueísta de mundo não é mais vista.Cada vez mais os personagens aproximam-se de um ser humano normal,com sentimentos conflitantes,qualidades e defeitos.O “anti-herói”,alguém que não se enquadra no mainstream,também pode ser o protagonista da história.Um exemplo de anti-herói seria o detetive Sam Spade em “O Falcão Maltês”.Cenário:Este pode ser realista,um retrato do mundo em que vivemos;geo-ficcional,quando se cria um lugar fictício para se ambientar a ação;e fantástico,outra realidade,que não a do mundo real(como “Guerra nas estrelas”).Ressalto que,aqui,pretendi dar apenas uma pincelada sobre aspectos técnicos do Cinema.Em breve,voltaremos ao assunto.

Cinema e Teatro

Além de filmes adaptados de obras literárias,há diversas peças teatrais transpostas para o cinema,com sucesso.
Cinema e teatro são duas linguagens que se complementam.

Shakespeare foi brilhantemente adaptado para o cinema,primeiro por sir Laurence Olivier e ,recentemente,por Kenneth Branagh.

Como uso da linguagem teatral no cinema atual, cito " Dogville", o primeiro de uma trilogia, assinada por Lars von Trier, produção de 2003.A trilogia "E.U.A. Terra de Oportunidades" tendo como seqüência Manderlay (2005) e Wasington (planejado inicialmente para 2007, atualmente sem data prevista).Existem visíveis influências teatrais em Dogville, como o teatro de Bertolt Brecht, que costumava colocar avisos de "atenção, não se emocione, isso é ficção" em suas peças, o teatro caixa preta, realizado em um único cenário com as paredes todas pretas, e finalmente o teatro do absurdo, onde os atores improvisam e criam situações onde interagem com objetos imaginários.Percebe-se na construção da trama e no foco humanista do tratamento dos personagens influências de escolas de filosofia, especialmente as gregas. Por duas vezes cita-se nos diálogos os ensinamentos dos estoicistas, uma escola que pregava o abandono da emoção para vivermos sem dor.E muito da moral da história gira em torno da diferença entre o altruísmo - dar sem esperar nada - e o quid pro quod - que exige uma compensação equivalente para cada ação.
O filme chama a atenção pela simplicidade de seus cenários e cortes de cenas não convencionais. Todo o filme foi filmado dentro de um galpão localizado na Suécia com o mínimo de artefatos, há poucas mesas e algumas paredes, mas normalmente há apenas marcações no chão indicando que ali é a casa de tal pessoa, ou há um arbusto. Apesar dos personagens fazerem constantes referências a paisagem ao céu, o fundo é infinito, tendo constantes alterações de luz e cor que indicam mudanças de dia/noite, clima e de momentos importantes do filme. O filme ainda tem um narrador onisciente e é o próprio Lars von Trier quem controla a câmera.Tudo isso são artimanhas do diretor para que o público não se esqueça de que assistem a uma peça de ficção, valorizando o trabalho dos atores. O resultado é aberto a opiniões: alguns espectadores saem maravilhados com a sensibilidade com que Lars retrata a arrogância humana e a atuação brilhante (Nicole Kidman, vencedora do Oscar por As Horas), outros acham o filme longo e maçante (o filme tem quase três horas de duração).
Dogville apresenta claras referências visuais e influências de produção herdadas do movimento Dogma 95, manifesto cinematográfico que foi iniciado pelo próprio Lars Von Trier. Em Dogville temos a ausência de trilha sonora no filme, câmera na mão, não há deslocamentos temporais ou geográficos. Entretanto, em Dogville há a presença de gruas, iluminação artificial e cenografia, itens que eram proibidos no Manifesto Dogma 95!....

O cinema nacional também teve obras adaptadas para o cinema,como "Dois perdidos numa noite suja",do texto teatral de Plínio Marcos;e diversas peças de Nelson Rodrigues.

Para mais informações,consulte esse tópico em nossa comunidade no orkut:

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=78328377&tid=5281234255730190212&na=1&nst=1

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Cinema e Literatura

Poucos são os roteiros originais utilizados na produção de um filme;a maioria dos roteiros é adaptado de uma obra literária,peça de teatro...Deste modo,o cinema serve para divulgar outras linguagens,como é o caso da Literatura.
Os maiores clássicos do cinema,como "E o vento levou","Por quem os sinos dobram",foram baseados em obras literárias.
Os filmes atuais,como é o caso de "Ensaio sobre a cegueira","Senhor dos anéis",por exemplo,também são adaptações.

Vale lembrar que não é fácil a transposiçaõ de uma linguagem para a outra.Mas há casos em que o filme ficou superior ao seu original literário,como é o caso de "E o vento levou"...

Voltaremos ao assunto....

Cinema Nacional-Produção Contemporânea!...

Com a retomada do crescimento da produção do Cinema Nacional após 1994(criação da Lei do Audiovisual),atualmente, temos um cinema diversificado,rico em qualidade e criatividade artística,principalmente no dito cinema independente. Entre polêmicas e ousadias, o novo cinema nacional recoloca na ordemdo dia as proposições estéticas e narrativas da produção contemporânea.


A quantidade de filmes produzidos também sofreu um boom:filmes de apelo comercial,com atores televisivos,atrai para as salas de exibição um público não acostumado a prestigiar a produção nacional.Porém,o que queremos discutir aqui é a boa produção cinematográfica nacional.Diretores provenientes do mercado publicitário,por exemplo,como Walter Salles e Fernando Meirelles(este,inclusive,tendo sido “absorvido” pelo cinema mundial)emprestam qualidade técnica e bons roteiros às suas produções.Walter Salles,com o belíssimo “Terra Estrangeira”(1996) conquistou o mercado mundial;”Central do Brasil”(1998) concorreu ao Oscar de filme estrangeiro;assim como “Cidade de Deus” ,de Fernando Meirelles,que pode ser considerado um marco dessa nova era de nosso cinema,por colocar técnicas experimentadas na publicidade e no videoclipe a serviço de uma narrativa competente.

Pode-se dizer que o cinema atual é uma grande desordem, onde variados estilos, gêneros e linguagens convivem. Essa multiplicidade é responsável pela riqueza do cinema atual e satisfaz um público variado:filmes de temática social convivem com comédias,filmes Cult,filmes de apelo comercial,documentários,e outros que não se encaixam em definições precisas,como “Uma vida em segredo” de Suzana Amaral.O que importa é que esse cinema de qualidade atrai cada vez mais público,prestígio e proporciona ao espectador a possibilidade de reflexão.A proeminência intelectual do cinema brasileiro de hoje é reflexo dos ótimos filmes que têm sido feitos.“Cronicamente Inviável”, “O Invasor”, “O Príncipe” e “Cidade de Deus” trazem, cada um a seu modo, uma interrogação sobre o país e um grau de sofisticação e invenção que colocam a produção contemporânea em um patamar elevado.

Segundo estudiosos, neste momento, não se pode desprezar também que o cinema passa por uma revolução silenciosa de suporte, na qual a película, o digital e o vídeo se misturam e se completam. A retomada se dá num momento em que estamos na rabeira tecnológica, ao contrário do que acontecia nos anos 60. Entre a retomada e o Cinema Novo mudou praticamente tudo: o público, a câmera, o som.E a tentativa de reconquistar e fidelizar o público perdido é outro aspecto que pauta as atuais opções. Os novos cineastas têm que trabalhar num esquema de tentativa e erro, tentando buscar tanto ficções como linguagens que vão ao encontro desse público. Nesse contexto, o videoclipe pode ser incorporado à linguagem cinematográfica sem que isso seja necessariamente um problema.

No entanto,não se pode deixar de lado o roteiro,o contar uma boa história,em prol da tecnologia,como ocorre,muitas vezes,no cinema norte-americano.É preciso haver equilíbrio.Não se pode esquecer,também,as lições transmitidas pelo cinema em um passado recente,como as experimentações de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos,por exemplo.Passo a passo,o cinema nacional vai recobrando sua relevância cultural,aqui e lá fora.Núcleos de Produção:Núcleos regionais surgem,com força.No Sudeste.,cineastas como Beto Brant,Toni Venturi,Laís Bodansky,Salles,Meirelles,o televisivo Luis Fernando Carvalho,entre outros, realizam filmes autorais de indiscutível qualidade.No Rio Grande do Sul,a já consagrada Casa de Cinema de Porto Alegre nos deu diretores como Jorge Furtado.E no Nordeste,surgem nomes como Sergio Machado(que já trabalhou com Walter Salles),Lírio Ferreira.

Sugestões de uma filmografia básica de nosso cinema atual: -Walter Salles:”Terra Estrangeira”“Central do Brasil”“Abril despedaçado”-Lais Bodansky-“Bicho de sete cabeças”-Jorge Furtado:”Houve uma vez dois verões”-Sergio Machado-“Cidade Baixa”-Fernando Meirelles-“Cidade de Deus”“O jardineiro Fiel”(produção internacional)“Ensaio sobre a cegueira”(produção internacional)-Toni Venturi-“Cabra cega”-Beto Brant-“O Invasor”-Mauro Lima-“Meu nome não é Johnny”-Marcelo Gomes-“Cinema,urubu e aspirinas”.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Primórdios do Cinema Nacional-Domínio de Hollywood e Tentativa de Industrialização

Domínio de Hollywood
As distribuidoras de filmes norte-americanos no Brasil investem muito dinheiro em publicidade e na aparelhagem de som dos cinemas, e passam a vender seus filmes no sistema de "lote". Ao contrário do que se esperava, o público brasileiro rapidamente se acostuma a ler legendas. A revista Cinearte diz incentivar o cinema brasileiro, mas defende explicitamente a imitação dos filmes norte-americanos, sua "higiene", seu "ritmo moderno" e seu respeito pelos que têm "o direito de mandar". No ano de 1934, não é produzido nenhum longa no país.
Dentro da idéia de imitar Hollywood, a Cinédia continua produzindo musicais: românticos como "Bonequinha de seda" (1936) ou carnavalescos como "Alô, alô, Brasil" (1935) e "Alô,alô,carnaval" (1936), nos quais surge Carmen Miranda, logo contratada por Hollywood. Em 1940, a Cinédia produz "Pureza", com grande orçamento, cenários especiais, equipamentos novos importados dos EUA e um absoluto fracasso. Em 1942, dos 409 filmes lançados no país, apenas 1 é brasileiro.

Tentativa de industrialização
No final dos anos 40, a idéia de "tratar temas brasileiros com a técnica e a linguagem do melhor cinema mundial" seduz empresários e banqueiros paulistas, que se associam ao engenheiro Franco Zampari na Vera Cruz - uma grande produtora construída nos moldes de Hollywood, com enormes estúdios, muitos equipamentos, diretores europeus e elencos fixos.
Alberto Cavalcanti, cineasta formado na França e Inglaterra, volta ao Brasil para trabalhar na Vera Cruz. Em 5 anos são produzidos 18 filmes, do melodrama "[[Caiçara" (1950) ao musical biográfico "Tico-tico no fubá" (1952), do drama histórico "Sinhá moça" (1953) à comédia sofisticada "É proibido beijar" (1954), do policial "Na senda do crime" (1954) à comédia caipira "Candinho" (1954), com Mazzaropi.
Apesar disso, a Vera Cruz nunca conseguiu resolver o problema da distribuição de seus filmes, e foi à falência. Pressionada pelas dívidas, vendeu os direitos de "O Cangaceiro" (1953), de Lima Barreto, para a Columbia Pictures, e não ganhou nada por ter produzido o primeiro filme brasileiro de sucesso internacional.
Outras companhias com o mesmo espírito da Vera Cruz, mas com menor capital, tiveram o mesmo fim: a Maristela, que produziu 24 filmes a partir de "Presença de Anita" (1950) e fechou em 1958; a Multifilmes, que realizou 9 longas, inclusive o primeiro filme brasileiro em cores, "Destino em apuros" (1953), e encerrou suas atividades em 1954; a Brasil Filmes, que produziu 7 filmes, entre eles "O Sobrado" (1956), de Walter George Durst, baseado em Erico Verissimo, e faliu em 1959.

Cinema Nacional-Surgimento do som

O primeiro filme sonoro brasileiro é a comédia "Acabaram-se os otários" (1929), de Luiz de Barros. "Coisas nossas" (1931), de Wallace Downey é um musical cantado em português, com cantores brasileiros, e de grande sucesso. Na contra-mão, Mário Peixoto realiza "Limite" (1930), filme mudo de pouca aceitação popular, mas hoje considerado um marco do cinema experimental.
No começo dos anos 30, o cinema brasileiro passa por uma rápida fase otimista, já que os "talkies" (filmes falados) de Hollywood têm dificuldades de entrar no mercado brasileiro, por deficiência das salas e pelo problema da língua. Em 1930-31 são produzidos quase 30 longas de ficção, mas, em função dos custos, a produção volta a se concentrar no Rio e em São Paulo. Surgem no Rio as produtoras Cinédia, de Adhemar Gonzaga e Brasil Vita Filmes, de Carmen Santos. Humberto Mauro, já o maior diretor de cinema do país, realiza para a Cinédia sua obra-prima "Ganga bruta" (1933) e para a Brasil Vita Filmes o sucesso "Favela dos meus amores" (1935).

Cinema Nacional,do Cinema Novo até Hoje!...

Nos anos 50, por influência do neo-realismo italiano, surge no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador um movimento para afastar o Cinema Nacional dos moldes dos filmes produzidos em Hollywood, vigente até então. É uma busca do Realismo brasileiro.Nelson Pereira dos Santos, com “Rio 40 graus”,Roberto Santos,com “O grande momento” e Glauber Rocha com “Barravento” marcam o início desse movimento.
Uma parcela (pequena, mas significativa) da juventude brasileira descobre este novo cinema, comprometido com a transformação do país. Em 1963, o movimento é deflagrado definitivamente por 3 filmes: "Os Fuzis", de Ruy Guerra, "Deus e o diabo na terra do sol", de Glauber Rocha; e "Vidas secas", de Nelson Pereira dos Santos. Em todos eles, é mostrado um Brasil desconhecido, com muitos conflitos políticos e sociais. Uma mistura original de Neo-realismo (por seus temas e forma de produção) com Nouvelle vague (por suas rupturas de linguagem). É Glauber quem define os instrumentos do cinema novo: "uma câmara na mão e uma idéia na cabeça", e também o seu objetivo: a construção de uma "estética da fome".
Após o golpe militar de 31 de março de 1964, os cineastas (e o país) se interrogam sobre o futuro e sobre as suas próprias atitudes de classe.Mas a Ditadura Militar censura a mídia e as diversões públicas. A perseguição às oposições, a restrição da atividade sindical e a prática de tortura nas prisões criam um clima de medo que se reflete em toda a cultura do país.O cinema, então,se volta para o passado,para uma projeção alegórica do real.Um exemplo é “Macunaíma”(1969),de Joaquim Pedro de Andrade.Para se contrapor à Ditadura,surge o Cinema marginal,a estética do lixo,filmes de baixíssimo orçamento,baseados no que há de pior nos filmes B americanos.
Enquanto isso,o governo cria a Embrafilme para interferir no cinema nacional.O Estado passa a financiar a produção, enquanto o Conselho Nacional de Cinema (Concine) se preocupa com a legislação. Parte do lucro das distribuidoras de filmes estrangeiros no Brasil é taxado , e esse dinheiro é usado para produzir filmes nacionais , mas o sistema de escolha dos filmes a serem produzidos é absolutamente centralizado. Os cineastas oriundos do Cinema novo (quase todos cariocas ou morando no Rio de Janeiro) ficam com a maior parte dos recursos.Há a obrigatoriedade das salas de cinema exibirem a produção nacional.Filmes que não atendem às temáticas aceitas pela Ditadura são censurados.Nos anos 70, o cinema nacional é visto por um grande público, graças às produções da Embrafilme de um lado e às produções baratas,de outro(pornochanchada;filmes infantis e com atores televisivos): a participação dos filmes brasileiros no mercado cresce de 14% dos ingressos vendidos em 1971 para 35% em 1982.
Porém,nos anos 80, a crise econômica do país faz com que falte dinheiro para que o público possa ir ao cinema e para que se realizem filmes. A produção volta a cair. Os exibidores (donos de cinemas), assessorados pelos distribuidores estrangeiros, começam uma batalha judicial contra a lei da obrigatoriedade, e em muitas salas simplesmente param de passar filmes brasileiros. Metade dos filmes produzidos em 1985 foi de sexo explícito.Como já comentamos aqui,a Era Collor marca a derrocada do cinema nacional:as leis de incentivo à produção, a regulamentação do mercado e até mesmo os órgãos encarregados de “cuidar” o cinema no Brasil são extintos.A retomada se dá nos anos 90,com a criação da Lei do Audiovisual,incentivos fiscais e uma cultura de mercado,que leva o cinema nacional de volta ao mercado mundial.Para complementar essas informações,consulte o post “Cinema Nacional:Crescimento e Perspectivas”.Mais tarde,discutiremos aqui a produção nacional contemporânea.

Primórdios do Cinema Nacional

ADAPTAÇÕES LITERÁRIAS
A partir de 1911, chegam a São Paulo imigrantes italianos que acabariam tomando conta do mercado nos próximos 30 anos: Gilberto Rossi, João Stamato, Arturo Carrari. O ator italiano Vittorio Capellaro associa-se ao cinegrafista Antônio Campos e juntos filmam os longas "Inocência" (1915), a partir do romance de Taunay e "O Guarani" (1916), baseado em José de Alencar. No Rio, Luiz de Barros, que viria a realizar mais de 60 longas-metragens até os anos 70, também começa por José de Alencar: "A Viuvinha" (1915), "Iracema" (1918) e "Ubirajara" (1919). Mais tarde, uma nova versão de "O Guarani" (1926), de Capellaro, será exceção na década: um filme brasileiro de sucesso.

Cavação
A partir de 1916, os "naturais" se organizam em cinejornais, produzidos e exibidos semanalmente, mantendo o pessoal de cinema em atividade com filmagens de futebol, carnaval, festas, estradas, inaugurações, fábricas, políticos, empresários, etc. Muitas pautas eram claramente encomendadas, misturando jornalismo e propaganda. Daí o termo pejorativo "cavação", ou picaretagem.
Até 1935, existiram 51 cine-jornais no país, alguns de vida curta; mas o Rossi Atualidades teve 227 edições em 10 anos (1921-31), financiando a produção dos filmes de ficção dirigidos por José Medina e fotografados por Gilberto Rossi, como "Exemplo regenerador" (1919), "Perversidade" (1920) e a obra-prima do cinema mudo brasileiro "Fragmentos da vida" (1929). O Canal 100 e os cine-jornais de Primo Carbonari e Jean Manzon são um prolongamento do período da cavação, sendo mostrados nos cinemas até o final dos anos 70, quando desistem de competir com a instantaneidade dos telejornais.

Invasão
Já em 1911, empresários norte-americanos visitaram o Rio de Janeiro para sondar o mercado cinematográfico brasileiro, e logo abriram o Cinema Avenida para exibir exclusivamente filmes da Vitagraph. Com a Primeira Guerra Mundial, a produção européia se enfraquece, e os EUA passam a dominar o mercado mundial. Francisco Serrador cria a primeira grande rede de exibição nacional (salas em São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte e Juiz de Fora), desiste de produzir e torna-se distribuidor de filmes estrangeiros.
Os filmes brasileiros passam a ter dificuldades de exibição, o que leva a uma queda de produção violenta. Surgem as revistas especializadas em cinema e começam a difundir-se os mitos e estrelas de Hollywood. A partir dos anos 1930, diversos acordos comerciais estabelecem que os filmes norte-americanos passam a entrar no Brasil isentos de taxas alfandegárias.

Ciclos regionais
Fora do eixo Rio-São Paulo, o cinema brasileiro produziu uma série de ciclos de pequena duração, todos com histórias parecidas: entusiasmo inicial, realizações precárias, algum sucesso local, dificuldades num mercado dominado pelo produto estrangeiro, final prematuro.
Em Pelotas, Francisco Santos realiza "O Crime dos banhados" (1914), provavelmente o primeiro longa brasileiro, e ainda o curta "Os Óculos do vovô" (1913), do qual resta hoje o fragmento mais antigo de filme brasileiro de ficção.
O ciclo mais importante é o de Recife (1923-31), onde Edson Chagas, Gentil Roiz e outros realizam 12 longas e 25 curtas, inclusive "Aitaré da praia" (1925), que chegou a ser exibido no Rio.
Em Porto Alegre (1925-33), Eduardo Abelin, José Picoral e outros realizam 6 filmes de ficção (3 curtas e 3 longas).
Do ciclo de Cataguases (Minas Gerais) destaca-se Humberto Mauro, autor de longas como "Brasa Dormida" (1928) e "Sangue Mineiro" (1929), que o colocam na vanguarda do cinema brasileiro de então.
Neste período, registram-se ciclos regionais também em Belo Horizonte, Campinas, João Pessoa Manaus e Curitiba.

Cinema Nacional-Primeiros filmes "posados" e cantados"

Os primeiros filmes "posados" (isto é, de ficção) feitos no Brasil eram em geral realizados por pequenos proprietários de salas de cinema do Rio e São Paulo, sendo freqüentemente reconstituições de crimes já explorados pela imprensa: o média "Os Estranguladores", de Francisco Marzullo (1906), o primeiro sucesso, com mais de 800 exibições no Rio; "O Crime da mala", de Francisco Serrador(São Paulo, 1908) e "Noivado de Sangue", de Antonnio Leal (Rio, 1909). Mas há também comédias, como o curta "Nhô Anastácio chegou de viagem", de Marc Ferrez (1908).
Em 1909 surgem os filmes "cantados", com os atores dublando-se ao vivo, por trás da tela. O sucesso do sistema resulta na filmagem de revistas musicais ("Paz e amor", 1910, com sátira ao presidente Nilo Peçanha) e trechos de óperas ("O Guarany", 1911). Há forte concorrência entre as produções do Cinematógrafo Rio Branco (de Alberto Moreira) e da Rede Serrador, que se instala no Rio e produz o drama histórico "A República portuguesa" (1911), outro sucesso. Hoje não existem sequer fragmentos desses filmes.

Cinema Nacional,um pouco de história

Início
A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em julho de 1896, no Rio de Janeiro, poucos meses após o invento dos Irmãos Lumière. Um ano depois já existia no Rio uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto. Os primeiros filmes brasileiros foram rodados entre 1897-1898. Uma "Vista da baia da Guanabara" teria sido filmado pelo cinegrafista italiano Alfonso Segreto em 19 de junho de 1898, ao chegar da Europa a bordo do navio Brèsil - mas este filme, se realmente existiu, nunca chegou a ser exibido. Ainda assim, 19 de junho é considerado o Dia do Cinema Brasileiro.

Estruturação do mercado exibidor
Acontece entre 1907 e 1910, quando o fornecimento de energia elétrica no Rio e São Paulo passa a ser mais confiável (inauguração da usina de Ribeirão das Lajes). Em 1908 já havia 20 salas de cinema no Rio, boa parte delas com suas próprias equipes de filmagem. Exibiam filmes de ficção das companhias Pathé e Gaumont (França), Nordisk (Dinamarca), Cines (Itália), Bioskop (Alemanha), Edison, Vitagraph e Biograph (EUA), complementados por "naturais" (documentários) realizados na cidade poucos dias antes (como "A chegada do Dr Campos Sales de Buenos Aires", "A parada de 15 de novembro" ou "Fluminense x Botafogo").

domingo, 18 de janeiro de 2009

Cinema Nacional:Crescimento e Perspectivas!..

Em 2003, o cinema brasileiro atingiu a espantosa marca de mais de 20% da fatia do mercado nacional, segundo especialistas na área, um recorde, tendo em vista os problemas que a economia enfrentou nos últimos anos aliados às medidas governamentais que, em 1990, ainda na gestão do ex-presidente Collor, praticamente extinguiram as verbas para a produção cinematográfica no Brasil. Números assim, tão significativos, foram observados apenas na década de 70, quando o cinema brasileiro atingiu a marca de 80% do mercado nacional, principalmente porque a "pornochanchada" estava em alta e, em além disso, havia a intenção de alguns cineastas em produzir filmes "engajados", com qualidade e compromisso.A partir de então,o cinema brasileiro só vem crescendo,tanto em números,quanto em qualidade.
Esta retomada deu-se a partir da criação da lei de audiovisual e da Ancine,o que possibilitou uma melhora técnica nas produções.Tais medidas que promovam a exibição e divulgação dos filmes nacionais são vitais para o crescimento do cinema brasileiro, além de novas leis de incentivo para o financiamento de produções que não tenham viabilidade comercial, mas que sejam de suma importância para promover a pesquisa e o resgate da história do país. Cada vez mais o público tem ido aos cinemas para conferir as produções nacionais. Uma prova disso é que apenas em 2003, no Brasil, das 22 maiores bilheterias que receberam mais de 22 milhões de espectadores, oito eram nacionais. Para especialistas, toda essa receptividade está intimamente ligada à diversificação dos gêneros das produções,pois no passado recente(Ditadura Militar),os temas limitavam-se às pornochanchadas ou temas de ufanismo nacional.
E, na visão dos especialistas, todo esse avanço do cinema nacional tende a continuar. Entretanto, eles insistem que a criação de políticas governamentais em apoio à cinematografia brasileira é fundamental para que essa retomada não sofra um declínio como já aconteceu anteriormente. É importante conseguir consolidar essas posições que o cinema conquistou com maior profissionalismo, além de criar outros mecanismos para a produção, já que as leis de incentivo começam a dar sinais de esgotamento.Um destes mecanismos seria o incentivo ao cinema independente.É deste cinema que vem as melhores e mais criativas produções,como o recente “Cinema,Urubus e aspirinas”,”Terra estrangeira”,entre tantos outros.Sem falar em pólos de criação como a Casa de Cinema de Porto Alegre.O cinema no Brasil ainda está dando seus primeiros passos,mas já se firma como um dos pólos mais ricos e criativos da América Latina.