terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Cinema Nacional-Produção Contemporânea!...

Com a retomada do crescimento da produção do Cinema Nacional após 1994(criação da Lei do Audiovisual),atualmente, temos um cinema diversificado,rico em qualidade e criatividade artística,principalmente no dito cinema independente. Entre polêmicas e ousadias, o novo cinema nacional recoloca na ordemdo dia as proposições estéticas e narrativas da produção contemporânea.


A quantidade de filmes produzidos também sofreu um boom:filmes de apelo comercial,com atores televisivos,atrai para as salas de exibição um público não acostumado a prestigiar a produção nacional.Porém,o que queremos discutir aqui é a boa produção cinematográfica nacional.Diretores provenientes do mercado publicitário,por exemplo,como Walter Salles e Fernando Meirelles(este,inclusive,tendo sido “absorvido” pelo cinema mundial)emprestam qualidade técnica e bons roteiros às suas produções.Walter Salles,com o belíssimo “Terra Estrangeira”(1996) conquistou o mercado mundial;”Central do Brasil”(1998) concorreu ao Oscar de filme estrangeiro;assim como “Cidade de Deus” ,de Fernando Meirelles,que pode ser considerado um marco dessa nova era de nosso cinema,por colocar técnicas experimentadas na publicidade e no videoclipe a serviço de uma narrativa competente.

Pode-se dizer que o cinema atual é uma grande desordem, onde variados estilos, gêneros e linguagens convivem. Essa multiplicidade é responsável pela riqueza do cinema atual e satisfaz um público variado:filmes de temática social convivem com comédias,filmes Cult,filmes de apelo comercial,documentários,e outros que não se encaixam em definições precisas,como “Uma vida em segredo” de Suzana Amaral.O que importa é que esse cinema de qualidade atrai cada vez mais público,prestígio e proporciona ao espectador a possibilidade de reflexão.A proeminência intelectual do cinema brasileiro de hoje é reflexo dos ótimos filmes que têm sido feitos.“Cronicamente Inviável”, “O Invasor”, “O Príncipe” e “Cidade de Deus” trazem, cada um a seu modo, uma interrogação sobre o país e um grau de sofisticação e invenção que colocam a produção contemporânea em um patamar elevado.

Segundo estudiosos, neste momento, não se pode desprezar também que o cinema passa por uma revolução silenciosa de suporte, na qual a película, o digital e o vídeo se misturam e se completam. A retomada se dá num momento em que estamos na rabeira tecnológica, ao contrário do que acontecia nos anos 60. Entre a retomada e o Cinema Novo mudou praticamente tudo: o público, a câmera, o som.E a tentativa de reconquistar e fidelizar o público perdido é outro aspecto que pauta as atuais opções. Os novos cineastas têm que trabalhar num esquema de tentativa e erro, tentando buscar tanto ficções como linguagens que vão ao encontro desse público. Nesse contexto, o videoclipe pode ser incorporado à linguagem cinematográfica sem que isso seja necessariamente um problema.

No entanto,não se pode deixar de lado o roteiro,o contar uma boa história,em prol da tecnologia,como ocorre,muitas vezes,no cinema norte-americano.É preciso haver equilíbrio.Não se pode esquecer,também,as lições transmitidas pelo cinema em um passado recente,como as experimentações de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos,por exemplo.Passo a passo,o cinema nacional vai recobrando sua relevância cultural,aqui e lá fora.Núcleos de Produção:Núcleos regionais surgem,com força.No Sudeste.,cineastas como Beto Brant,Toni Venturi,Laís Bodansky,Salles,Meirelles,o televisivo Luis Fernando Carvalho,entre outros, realizam filmes autorais de indiscutível qualidade.No Rio Grande do Sul,a já consagrada Casa de Cinema de Porto Alegre nos deu diretores como Jorge Furtado.E no Nordeste,surgem nomes como Sergio Machado(que já trabalhou com Walter Salles),Lírio Ferreira.

Sugestões de uma filmografia básica de nosso cinema atual: -Walter Salles:”Terra Estrangeira”“Central do Brasil”“Abril despedaçado”-Lais Bodansky-“Bicho de sete cabeças”-Jorge Furtado:”Houve uma vez dois verões”-Sergio Machado-“Cidade Baixa”-Fernando Meirelles-“Cidade de Deus”“O jardineiro Fiel”(produção internacional)“Ensaio sobre a cegueira”(produção internacional)-Toni Venturi-“Cabra cega”-Beto Brant-“O Invasor”-Mauro Lima-“Meu nome não é Johnny”-Marcelo Gomes-“Cinema,urubu e aspirinas”.

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