quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Cinema e Teatro

Além de filmes adaptados de obras literárias,há diversas peças teatrais transpostas para o cinema,com sucesso.
Cinema e teatro são duas linguagens que se complementam.

Shakespeare foi brilhantemente adaptado para o cinema,primeiro por sir Laurence Olivier e ,recentemente,por Kenneth Branagh.

Como uso da linguagem teatral no cinema atual, cito " Dogville", o primeiro de uma trilogia, assinada por Lars von Trier, produção de 2003.A trilogia "E.U.A. Terra de Oportunidades" tendo como seqüência Manderlay (2005) e Wasington (planejado inicialmente para 2007, atualmente sem data prevista).Existem visíveis influências teatrais em Dogville, como o teatro de Bertolt Brecht, que costumava colocar avisos de "atenção, não se emocione, isso é ficção" em suas peças, o teatro caixa preta, realizado em um único cenário com as paredes todas pretas, e finalmente o teatro do absurdo, onde os atores improvisam e criam situações onde interagem com objetos imaginários.Percebe-se na construção da trama e no foco humanista do tratamento dos personagens influências de escolas de filosofia, especialmente as gregas. Por duas vezes cita-se nos diálogos os ensinamentos dos estoicistas, uma escola que pregava o abandono da emoção para vivermos sem dor.E muito da moral da história gira em torno da diferença entre o altruísmo - dar sem esperar nada - e o quid pro quod - que exige uma compensação equivalente para cada ação.
O filme chama a atenção pela simplicidade de seus cenários e cortes de cenas não convencionais. Todo o filme foi filmado dentro de um galpão localizado na Suécia com o mínimo de artefatos, há poucas mesas e algumas paredes, mas normalmente há apenas marcações no chão indicando que ali é a casa de tal pessoa, ou há um arbusto. Apesar dos personagens fazerem constantes referências a paisagem ao céu, o fundo é infinito, tendo constantes alterações de luz e cor que indicam mudanças de dia/noite, clima e de momentos importantes do filme. O filme ainda tem um narrador onisciente e é o próprio Lars von Trier quem controla a câmera.Tudo isso são artimanhas do diretor para que o público não se esqueça de que assistem a uma peça de ficção, valorizando o trabalho dos atores. O resultado é aberto a opiniões: alguns espectadores saem maravilhados com a sensibilidade com que Lars retrata a arrogância humana e a atuação brilhante (Nicole Kidman, vencedora do Oscar por As Horas), outros acham o filme longo e maçante (o filme tem quase três horas de duração).
Dogville apresenta claras referências visuais e influências de produção herdadas do movimento Dogma 95, manifesto cinematográfico que foi iniciado pelo próprio Lars Von Trier. Em Dogville temos a ausência de trilha sonora no filme, câmera na mão, não há deslocamentos temporais ou geográficos. Entretanto, em Dogville há a presença de gruas, iluminação artificial e cenografia, itens que eram proibidos no Manifesto Dogma 95!....

O cinema nacional também teve obras adaptadas para o cinema,como "Dois perdidos numa noite suja",do texto teatral de Plínio Marcos;e diversas peças de Nelson Rodrigues.

Para mais informações,consulte esse tópico em nossa comunidade no orkut:

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=78328377&tid=5281234255730190212&na=1&nst=1

Nenhum comentário:

Postar um comentário